O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Movida (MOVI3) veio 7% abaixo da expectativa do Bank of America (BofA). Os principais culpados foram a normalização da margem de seminovos e a queda da margem trimestral na divisão de aluguel (RAC), principalmente por causa do aumento dos custos de manutenção em uma frota envelhecida.
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A empresa registrou prejuízo de R$ 66 milhões ante a expectativa do BofA de lucro líquido de R$ 18 milhões, com a empresa ainda impactada por uma alta taxa de depreciação no aluguel de carros e altas taxas de juros. A expansão dos custos de manutenção chamou a atenção dos especialistas, com alta anual de 18% por carro.
Ainda segundo os analistas Rogério Araújo e Gabriel Frazão, a administração da companhia disse na última teleconferência que a margem de seminovos deveria permanecer na faixa de 5,5% a 7% no segundo semestre de 2023, mas caiu para 3,0% neste trimestre, refletindo a deterioração da demanda por seminovos no Brasil.
Bonds
Na ponta positiva, a equipe do BofA destaca as estratégias de reestruturação de dívidas da Movida. Entre elas, a conclusão da reestruturação do bond (título de renda fixa negociado no exterior) americano pela Movida que resultará em ganhos financeiros versus taxa de juros do título de 5,25% ao ano.
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Além disso, a companhia registrou ganho de R$ 503 milhões nos nove primeiros meses de 2023 devido ao desconto no valor nominal de parte da recompra do título e custos para fechamento do swap de R$ 506 milhões no mesmo período.
“No total, calculamos que a Movida economizará R$ 88 milhões em custo de dívida em 2024, R$ 73 milhões em 2025 e R$ 67 milhões por ano em 2027-2031, representando ganho de R$ 0,6 por ação”, escrevem os analistas.
Nesse cenário, reiteraram a recomendação de compra para Movida, apoiada pelas melhorias esperadas nos resultados em 2024 e por um nível de valuation barato.