

O Santander prevê um desempenho acima da média para as ações da MRV (MRVE3), que nos últimos cinco dias já valorizaram mais de 15%, fechando a R$ 5,57 na sessão desta quinta (17). O Santander projeta um preço-alvo de R$ 10,00 para o final de 2025 — o que representaria uma valorização potencial de quase 100%.
Apesar da estimativa otimista, o relatório do Santander traz ressalvas sobre os riscos que podem afetar a tese de investimento. Entre os principais pontos de atenção estão a inflação nos custos de construção, puxada por materiais como aço e cimento, e o possível aumento da curva de juros de longo prazo no Brasil, o que afetaria a acessibilidade dos imóveis.
No cenário externo, um aumento nos juros de longo prazo dos EUA também poderia impactar negativamente a Resia, subsidiária da companhia nos Estados Unidos, focada na construção de imóveis residenciais para locação (multifamily). A possibilidade de mudanças nas regras do FGTS – que poderiam afetar os recursos para o programa Minha Casa Minha Vida -, e nos benefícios fiscais nos EUA adicionam incertezas às operações.
Operação no Brasil e nos EUA
Para calcular quanto a ação da MRV pode valer no final de 2025, os analistas do Santander dividiram a operação no Brasil e a dos Estados Unidos. Eles estimaram quanto dinheiro cada parte pode gerar no futuro e trouxeram esse valor para os dias de hoje, usando uma taxa que leva em conta os riscos e os custos de investir nesses países (WACC).
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No Brasil, essa taxa foi de 14,4% ao ano; nos EUA, foi de 9,1% ao ano. Também consideraram que, com o tempo, os negócios da MRV devem crescer – 4% ao ano no Brasil e 2,5% nos EUA. Com base nesses cálculos, definiram o valor justo para a ação até o fim de 2025.
O Santander projeta para a MRV recuperação nos lucros e na geração de caixa. Após prejuízos em 2023 e 2024, a companhia deverá registrar lucro líquido de R$ 516 milhões em 2025 e dobrar esse valor em 2026, chegando a R$ 1,1 bilhão. O Ebitda, indicador de geração de caixa, também mostrará evolução significativa nas contas do Santander: de R$ 203 milhões em 2023 para R$ 1,49 bilhão em 2025 e R$ 2,2 bilhões em 2026. Com isso, o endividamento tende a cair, com a relação dívida líquida/Ebtida recuando de 13,6x em 2024 para 6,5x em 2025 e 4,3x em 2026.