margem bruta da MRV foi a 30,2% no segundo trimestre, elevação de 0,6 ponto porcentual (p.p.) ante o primeiro trimestre deste ano e aumento de 4,2 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado (Foto: Adobe Stock)
O balanço daMRV (MRVE3)no segundo trimestre de 2025 foi considerado fraco por analistas do Safra, ainda que em linha com as expectativas, e teve avaliação mais positiva pelo Bradesco BBI, que destacou uma “pequena melhora” na margem bruta da operação local.
O ponto negativo apontado por ambos os times foi o já esperado impacto negativo da Resia, subsidiária do grupo nos Estados Unidos, com impairment de R$ 786 milhões (US$ 144 milhões) em ativos legados mantidos para venda. Esse ajuste levou a um prejuízo líquido ajustado consolidado de R$ 811 milhões, considerado “decepcionante” pelo Safra.
Por outro lado, a recuperação da MRV no Brasil segue em curso. A margem bruta da operação foi de 30,2% no segundo trimestre, alta de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao primeiro trimestre e de 4,2 p.p. na comparação anual. A margem bruta ajustada chegou a 33,7%, avanço de 0,9 p.p. sobre o trimestre anterior e de 4,3 p.p. sobre o mesmo período de 2024.
Segundo o Bradesco BBI, houve um impacto positivo de 0,7 p.p. na margem bruta devido à venda de recebíveis pro-soluto; sem esse efeito, o índice ficaria em 29,5%, ante 28,6% no trimestre anterior pelo mesmo critério. O Safra destacou que empreendimentos mais recentes e rentáveis têm ganhado participação nos resultados, ajudando na expansão das margens e no lucro líquido ajustado da operação brasileira.
Os dois bancos, no entanto, alertam para desafios relevantes. O Safra mantém visão cautelosa sobre futuras vendas de recebíveis, diante do risco de desaceleração econômica elevar a inadimplência e forçar maiores descontos, o que pode limitar a melhora do fluxo de caixa. O Bradesco BBI também notou atrasos na geração de caixa no Brasil, mas projeta um terceiro trimestre “significativamente menos complexo” com a Resia perdendo relevância e foco voltado à melhora do caixa local.
Para o Bradesco BBI, essa melhora deve vir da continuidade do avanço das margens e de melhores repasses de clientes no Minha Casa Minha Vida (MCMV). O banco reiterou recomendação outperform (compra) para MRV&Co, com preço-alvo de R$ 10, apostando no crescimento das operações no Brasil nos próximos 12 a 18 meses para compensar a baixa contábil nos EUA. Já o Safra manteve classificação “neutral” (desempenho em linha com o mercado), com preço-alvo de R$ 8, esperando ver progressão mais robusta na desalavancagem do grupo.
As ações da MRV&Co (MRVE3) fecharam negociadas a R$ 6,91, alta de 6,47%, liderando os ganhos do Ibovespa. O movimento foi impulsionado pelo anúncio, em teleconferência, de que a venda de ativos da Resia pode gerar resultados melhores do que os previstos.