Ativa elevou recomendação do Nubank para compra. Foto: Divulgação/Nubank
Depois de Bradesco BBI, Santander, Itaú BBA, Citi e BTG Pactual, a Ativa Investimentos também decidiu elevar a recomendação do Nubank(ROXO34) para compra, com preço-alvo de R$ 17, o que representa um potencial de valorização de 20,91% em relação ao preço de fechamento de quinta-feira (11), então de R$ 14,06.
A corretora avalia os resultados recentes da empresa como “sólidos”, sendo capazes de mostrar que o banco consegue sustentar seu crescimento com elevado grau de rentabilidade. “A combinação entre receitas crescentes, base de clientes engajada e eficiência operacional cria um cenário favorável para a continuidade da expansão, especialmente em crédito consignado e cartões“, afirma.
No segundo trimestre de 2025, a empresa alcançou um lucro líquido de US$ 637 milhões, alta de 42% na comparação com igual período do ano passado, livre de efeitos de câmbio. O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), que mede a rentabilidade da instituição, foi de 28%. Já as receitas doNubank aumentaram 40%, na comparação anual, também sem considerar os efeitos do câmbio, atingindo o recorde de US$ 3,7 bilhões.
No trimestre, a instituição ganhou mais 4,1 milhões de clientes, um aumento de 17% em 12 meses. Com isso, chegou a 122,7 milhões de usuários nos três países em que opera – Brasil, México e Colômbia. Já a base de usuários ativos de cartões de crédito atingiu 55 milhões, um avanço anual de 11%.
Na avaliação da Ativa, o crescimento consistente da base de clientes e o aumento da utilização de cartões impulsionaram receitas, com inadimplência abaixo da média da indústria, reforçando a rentabilidade positiva. “Há espaço adicional para expansão desses produtos dentro do Brasil, dado o tamanho da base ativa”, pontua.
A corretora vê novas frentes de crescimento para a empresa. Uma delas seria na área de crédito consignado, que pode funcionar como uma alavanca de receitas, dado os preços competitivos do Nubank. No segmento de seguros, a casa avalia que a parceria com a Chubb amplia o portfólio, especialmente em seguros de vida e prestamista, embora a penetração permaneça em nível introdutório.
A Ativa também acredita que o Nubank pode se expandir no mercado mexicano, que ainda está em estágio inicial de bancarização. O foco do roxinho em crescer no México vem acompanhado de uma troca na presidência da operação do país da América do Norte. No último dia 2, Armando Herrera assumiu o cargo de CEO no lugar de Ivan Canales, que liderou nos últimos três anos. A transição está sendo conduzida por Guilherme Lago, diretor financeiro (CFO, na sigla em inglês) do Nubank. Contamos os detalhes dessa história aqui.
“A estratégia do Nubank combina captação acelerada de clientes e remuneração atrativa de depósitos, com perspectivas de crescimento adicional de receita à medida que produtos como cartão de crédito e crédito pessoal ganham tração”, diz a Ativa sobre a operação mexicana.
Preço atrativo
Em sua análise, a corretora concluiu que os números atuais do Nubank abrem espaço para uma reprecificação positiva da tese. A casa acrescenta que, em um cenário de possível queda da Selic em 2026, bancos com maior exposição à baixa renda, como o Nu, tendem a capturar ganhos relevantes.
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Por outro lado, a Ativa também chama atenção para riscos no desempenho do Nubank. A expansão em produtos mais arriscados, junto ao público de menor renda, pode elevar a inadimplência em caso de piora do cenário macroeconômico. Além disso, a forte dependência da receita de cartões de crédito deixa a companhia mais vulnerável à concorrência do Pix e de produtos internos dos grandes bancos.