O Itaú BBA cortou nesta quinta-feira (14) a recomendação das ações do Nubank (NU) para “market-perform” (equivalente a neutro), reduzindo o preço-alvo do papel da fintech para 2025 de US$ 17,00 para US$ 15,00, o que representa um potencial de desvalorização de 4,26% em relação ao valor de fechamento dos ativos na quarta-feira (13), quando terminaram o dia cotados a US$ 15,64.
Leia também
A decisão ocorreu após o banco divulgar seu balanço do terceiro trimestre, quando reportou lucro líquido de US$ 553,4 milhões, aumento de 107% em relação ao mesmo período do ano passado, livre dos efeitos do câmbio. O lucro ajustado, por sua vez, somou US$ 592 milhões. Já o retorno sobre o patrimônio (ROE) ficou em 30%, nível recorde. Depois da divulgação dos resultados, as ações do Nubank cedem 7,61% a US$ 14,45 em Nova York nesta tarde.
Para o Itaú BBA, a performance do terceiro trimestre deverá provocar revisões negativas nas projeções de lucro e uma pausa na expansão dos múltiplos. Os indicadores-chave de clientes e a qualidade de crédito do Nubank estão bem, na visão da casa, mas o período trouxe um componente de desaceleração de receita que não era esperado.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Os produtos principais de empréstimos pessoais e cartão no Brasil continuam crescendo, mas o ritmo de receita está diminuindo. Empréstimos consignados e a base de clientes de alta renda no Brasil e no México não atingiram um tamanho suficiente para compensar essa mudança, que ocorreu bem antes do que antecipávamos”, afirmam Pedro Leduc e sua equipe, em relatório do banco.
Com a perspectiva de um ambiente de crédito pior em 2025, por causa da alta de juros em curso pelo Banco Central, o Itaú BBA espera uma desaceleração das margens do Nubank com aumento do custo de risco. Nesse cenário, projeta um lucro líquido menor para o banco no ano que vem, de US$ 2,8 bilhões, 17% a menos do que o anteriormente previsto.
A casa avalia que o Nubank tem potencial para aumentar sua participação de mercado nos segmentos de classe média e alta, em empréstimos consignados e em outros países, mas pondera que uma desaceleração no Brasil não pode ser ignorada. Além desse ponto de partida mais baixo, o Itaú BBA entende que os ventos macroeconômicos estão sugerindo um ciclo de crédito possivelmente mais difícil em 2025. “Dado que o Nu aumentou a elegibilidade dos clientes e o ticket médio, ele entraria nesse ciclo negativo com mais exposição ao risco”, destaca.
O banco reforça que a companhia continua sendo uma vencedora de longo prazo em sua visão, mas ressalta que vai monitorar os próximos desenvolvimentos à distância. “O Nubank tem muitos méritos que continuamos a admirar, mas precisamos ser disciplinados ao avaliar as ações”, finaliza.