

Os dados mensais enviados pelas instituições financeiras ao Banco Central indicam que a carteira de crédito do Nubank (ROXO34) teve crescimento “significativo” na inadimplência até fevereiro deste ano, afirma o Safra em relatório enviado a clientes. De acordo com o banco, o número pode ter sido influenciado pela mudança nas regras contábeis impostas ao setor.
“Detectamos um aumento de 0,77 ponto porcentuais na taxa de inadimplência em crédito sem garantia do Nubank em janeiro, e de 0,61 ponto para os bancos do segmento S1. Em fevereiro, detectamos outro aumento de 0,78 ponto nos números do Nu”, afirmam os analistas Daniel Vaz e Maria Luisa Guedes, que não incluíram os dados do S1 em fevereiro devido à ausência de informações da Caixa Econômica Federal.
A hipótese dos profissionais é que houve uma redução nas baixas de empréstimos a perda, causada pela adoção das normas da resolução 4.966 pelas instituições a partir de janeiro. Com isso, o patamar de créditos em atraso pode estar sendo “inflado” em relação ao padrão visto até dezembro do ano passado.
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De acordo com o Safra, houve uma reclassificação retroativa dos dados de inadimplência no sistema financeiro, que aumentou de forma considerável os índices de atraso acima de 90 dias, bem como a fatia de ativos do sistema considerados problemáticos.
“Olhando para a mudança nominal em 2024, a carteira de atrasos do Nubank aumentou em cerca de R$ 320 milhões por mês, em média. Em 2025, o volume aumentou para R$ 1 bilhão por mês, o que nos faz crer que foi impulsionado pelas baixas”, diz o banco, adicionando que as tendências nos bancos do S1 foram similares.
Os analistas também de debruçaram sobre os números de carteira de crédito, que nos dois primeiros meses do ano foram positivos para a fintech, de acordo com eles. A carteira de cartões de crédito cresceu cerca de 20% ao ano, mas ficou estável em base mensal. No crédito pessoal, a alta foi de mais de 90% em base anual, embora em base mensal, tenha desacelerado de 8,4% em janeiro para 5,5% em fevereiro.
Já a carteira do crédito consignado aumentou em média R$ 225 milhões por mês nos dois primeiros meses do ano, chegando a R$ 2,4 bilhões no balanço da fintech e a R$ 1 bilhão através de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC).
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O Safra tem recomendação neutra para as ações do Nubank, com preço-alvo de US$ 14, 26% acima do fechamento da última quinta-feira (27).