A Vale (VALE3) reportou resultados neutros no segundo trimestre de 2023, avalia a XP, com o Ebitda ajustado pró-forma de US$ 4,1 bilhões ficando 2% abaixo do esperado pela casa. O destaque ficou por conta da venda de fatia da divisão de metais básicos e revisão para cima do custo do minério de ferro.
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Em relatório, os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano destacam que a dívida líquida expandida de US$ 14,9 bilhões, +US$ 300 milhões no trimestre, principalmente devido a US$ 1,4 bilhão desembolsado em seu programa de recompra e fluxo de caixa livre de US$ 800 milhões (com múltiplo de 0,9 vez a dívida líquida/Ebitda ajustado).
A empresa também registrou menor fluxo de caixa livre, explicado principalmente pela dinâmica negativa do capital de giro (aumento de 6,8 milhões de toneladas nas vendas de minério de ferro acumuladas no final do trimestre) e maiores despesas relacionadas a Brumadinho.
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Os analistas também ressaltam a revisão para cima do custo do minério de ferro, impactado pela recente apreciação do real (C1/t excluindo compras de terceiros revistos de US$ 20,0-21,0/t para US$ 21,5-22,5/t para 2023), e operações de níquel, devido a menores preços e volumes de subprodutos.
Além disso, destacam, a Vale também anunciou a distribuição de US$ 1,7 bilhão em juros sobre o capital próprio (cerca de 2,7% de yield), prevista para 1º de setembro.
VMB
Sobre a venda de uma participação de 13% na divisão de metais básicos por US$ 3,4 bilhões, que implica em um valuation de cerca de US$ 26 bilhões, a XP destaca que o valor ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado que estimavam valuation de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões.
A XP reiterou recomendação neutra para as ações da Vale. A equipe afirma que embora veja o tão esperado anúncio de uma parceria na divisão de metais básicos da Vale como um marco importante para desbloquear as oportunidades de crescimento no segmento, vê múltiplos de valuation implícitos já refletindo de forma justa o prêmio de valuation (bem-vindo) nas operações de cobre e níquel da Vale.
“Além disso, dado um ambiente de custos pressionado e expectativas mais baixas para os preços do minério de ferro no futuro próximo, reiteramos nossa visão neutra sobre as ações da Vale”, afirmam os analistas.
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