O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa hoje (2), em sessão na qual a postura do Federal Reserve (Fed), especialmente seguindo comentários “hawkish” dos dirigentes da autoridade monetária, vem sendo observada. Um potencial aperto tende a apoiar o dólar, o que torna o metal mais caro, além de impulsionar os rendimentos dos Treasuries, que competem com o ouro. Especialistas notam ainda que a commodity, que normalmente é vista como um porto seguro, vem sendo pouco buscada em meio à cautela com a variante ômicron do coronavírus.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro caiu 1,21%, a US$ 1.762,70 por onça-troy.
“O metal amarelo tem lutado para conseguir apoio suficiente para catalisar um programa de compra em meio às comunicações mais agressivas do presidente do Fed Jerome Powell”, avalia o TD Securities. Por sua vez, o banco avalia que enquanto o anúncio hawkish até agora evitou que os preços do ouro avançassem mais, em última análise, ele não representa uma mudança significativa em relação aos preços de mercado, mantendo um nível próximo do atual. Amanhã, as atenções do mercado se voltam ao payroll americano de novembro, que deve dar maiores sinalizações sobre o quadro da economia local e a postura da autoridade monetária em diante.
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O Commerzbank destaca as falas de Powell indicando que o Fed terá de permanecer vigilante em relação à inflação e que é apropriado discutir se o fim da redução gradual dos estímulos será mais rápido. “Por outro lado, as preocupações que surgiram nos mercados financeiros sobre a nova variante do vírus não parecem ter impacto sobre o ouro”, aponta. Embora os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA tenham confirmado o primeiro caso de ômicron no país ontem e a variante continue a se espalhar em muitos países, o ouro não vem sendo procurado como um porto seguro.