Ouro recua com alta do dólar e tensão comercial entre EUA, UE e México
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O contrato mais líquido do ouro encerrou a sessão desta segunda-feira (14) em queda, interrompendo o rali da semana anterior. A retração ocorreu em meio à cautela dos investidores, que acompanham de perto os desdobramentos do comércio global. No sábado (12), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 30% sobre produtos da União Europeia (UE) e do México. Com a nova medida, 24 países receberam cartas detalhando as alíquotas que incidirão sobre cada economia estrangeira, além da UE. O fortalecimento do dólar no mercado internacional também pressionou os preços do metal.
O contrato de ouro com vencimento em agosto recuou 0,14% na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), encerrando o dia cotado a US$ 3.359,10 por onça-troy.
Em resposta ao novo pacote tarifário, o principal negociador comercial da União Europeia, Maros Sefcovic, afirmou que pretende retomar o diálogo com representantes dos Estados Unidos ainda nesta semana. Por sua vez, Trump declarou em coletiva de imprensa que permanece aberto a negociações comerciais antes do prazo final de 1º de agosto, o que ajudou a reduzir, ainda que temporariamente, o nervosismo nos mercados.
Apesar disso, os investidores seguem em compasso de espera. “Os traders estão claramente no modo ‘esperar para ver'”, afirma Fawad Razaqzada, analista da Forex.com. “Se as tensões comerciais aumentarem antes de agosto, é possível que o ouro volte a testar suas máximas anteriores, ou até as ultrapasse. Por outro lado, caso um acordo comercial relevante seja firmado, o apetite pelo metal precioso pode esfriar”, analisa.
Nesta semana, os mercados também aguardam dados econômicos cruciais nos Estados Unidos, incluindo os índices de inflação ao consumidor e ao produtor. “Se os dados de junho apontarem uma inflação acima do esperado, isso pode gerar uma venda nos títulos do Tesouro americano e aumentar a demanda por dólar“, explica Aaron Hill, analista-chefe da FP Market.