Ouro sofre maior queda em 12 anos e arrasta mineradoras na Bolsa
Correção de ganhos e fortalecimento do dólar derrubam metais em Nova York, com a maior desvalorização em mais de uma década e impacto nas ações de mineradoras
Para quem prefere algo mais prático, os ETFs de ouro são uma alternativa. Imagem: Adobe Stock.
O ouro encerrou a sessão desta terça-feira (21) em queda acentuada, em movimento de correção de ganhos, enquanto um dólar mais forte também pressionou o metal. A prata também encerrou o pregão em baixa. De acordo com a Dow Jones Market Data, é a primeira vez em 12 anos que o ouro caiu mais de 5%.
A queda pode ter sido causada por uma avaliação exagerada nos valores do ouro, avalia o XTB. O metal vinha registrando ganhos consecutivos nas últimas semanas, atingindo recordes de preços. Ainda segundo o XTB, a possibilidade de que os dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na sexta-feira, fiquem abaixo do esperado, também pesou sobre o ouro.
Além disso, analistas do Citi Research veem uma diminuição no prêmio de risco como um dos fatores que contribuem com a queda, com a perspectiva do encerramento da paralisação das atividades do governo norte-americano e do anúncio de um acordo comercial entre os EUA e a China. Investidores também acompanham relatos de que países europeus preparam uma proposta para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A queda no valor do ouro teve impacto nas ações das empresas mineradoras do metal. Por volta das 14h30 (de Brasília), a ação da Newmont caía 9,38%, a da AngloGold registrava baixa de 10,5% e a da Royal Gold recuava 4,9%.
O Citi citou que o ouro teve queda de 4,7 desvios padrão hoje. O comportamento é um evento estatisticamente muito raro e extremo. A instituição disse que havia alertado para o fato de os preços do ouro estarem esticados, negociados a 20% acima da média móvel de 200 dias, o que funcionou como um indicador de topo/consolidação em ciclos anteriores. O banco disse que encerrou a posição comprada no metal.