Bancos e gestoras tradicionais avançam sobre o blockchain, enquanto plataformas DeFi ampliam participação nas negociações e reacendem o debate sobre o verdadeiro significado da descentralização. (Foto: Adobe Stock)
É época dos textos sobre a “maior história do ano” e, quando o assunto é cripto, a escolha em 2025 não é difícil. A opção óbvia é a adoção escancarada do setor por Wall Street, com bancos e grandes empresas praticamente disputando quem mostra mais entusiasmo por stablecoinse ativos tokenizados. Mas, olhando um pouco mais de perto, dá para perceber que 2025 também foi marcado por outra tendência relevante, embora bem mais sutil: a expansão contínua do DeFi e das tecnologias descentralizadas.
Isso ficou evidente no crescimento expressivo de plataformas DeFi como a Hyperliquid e na decisão da Coinbase, na semana passada, de adicionar o Jupiter (um dos principais agregadores de negociação descentralizada na Solana) ao seu aplicativo.
Movimentos como esses ajudaram as exchanges descentralizadas a abocanhar uma fatia maior do volume total de negociações em cripto, com os degens já respondendo por uma participação de dois dígitos no mercado spot.
O CEO da Maple Finance, um dos principais nomes do ecossistema descentralizado, chegou a afirmar nesta semana que “o DeFi está morto”, sugerindo que as negociações on-chain cresceram tanto que estão prestes a engolir por completo os sistemas convencionais.
O comentário do executivo também chama atenção para a confusão que provavelmente enfrentaremos, nos próximos anos, sobre o que exatamente significa o termo “descentralizado”.
Para entusiastas veteranos do blockchain, o conceito envolve usar essa tecnologia para criar alternativas mais democráticas a instituições poderosas, incluindo grandes bancos, mas também gigantes como Google e Facebook.
Mas, se essa é a promessa das criptomoedas, como interpretar o fato de JPMorgan e BlackRock estarem lançando novos fundos monetários on-chain, acessíveis apenas a quem tem US$ 5 milhões ou mais para investir?
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É, sem dúvida, uma vitória o fato de a tecnologia blockchain ter se mostrado tão eficiente a ponto de os nomes mais respeitados das finanças tradicionais passarem a utilizá-la.
Ainda assim, é difícil se empolgar com grandes corporações usando blockchainspara negociar papéis comerciais quando o objetivo original era democratizar amplas parcelas da sociedade e da economia. A situação lembra aquela velha ironia: “Prometeram carros voadores, mas nos entregaram 140 caracteres.”
Esta história foi originalmente apresentada em Fortune.com e foi traduzido com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.