A XP avalia que o Plano Estratégico de 2024-2028 da Petrobras (PETR3; PETR4) traz uma mudança ligeiramente negativa em comparação com o plano anterior. Por mais que as principais características do plano tenham sido mantidas, algumas mudanças podem ser percebidas, especialmente em relação ao aumento de capex (investimentos) e à diminuição da remuneração aos acionistas, pondera a corretora.
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No novo plano, os investimentos previstos de US$ 102 bilhões representam um aumento de 30,7% ante o anterior. Já a expectativa de dividendos para os próximos anos, na faixa de US$ 40 bilhões a US$ 45 bilhões, também ficaram abaixo do período anterior, de US$ 65 bilhões a US$ 70 bilhões, apesar de que pode haver recompra de ações e mais US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões de dividendos extraordinários.
Os valores de dividendos (distribuição de lucro), assim, implicam um rendimento de aproximadamente 8% a 9% do valor de mercado atual e 9% a 11% caso haja dividendos extraordinários, em comparação às faixas de 13% a 14% no mínimo e de 15% a 17% incluindo dividendos extraordinários do plano anterior.
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“Além disso, a divulgação do capex em avaliação (Portfólio em Avaliação) pode indicar que a gestão está considerando ativamente movimentos de fusões e aquisições e, em nossa opinião, se esse resultado for confirmado o mercado poderá reagir negativamente”, afirmam os analistas André Vidal e Helena Kelm, em relatório enviado a clientes.
Exploração de petróleo
Em relação ao que permaneceu no novo plano em relação ao anterior, a XP destaca que a empresa continua focada na exploração e produção (E&P) no pré-sal e na racionalização dos ativos de refinaria. Dos US$ 73 bilhões de capex para E&P (+14% em relação ao plano estratégico anterior), 67% (US$ 48 bilhões) serão destinados ao desenvolvimento e produção no pré-sal e 10% (US$ 7,5 bilhões) para exploração.
Em refino, transporte e comercialização, o capex totaliza US$ 17 bilhões no novo plano, ante US$ 10 bilhões da antiga estratégica. “O segmento continua focado em melhorar o uso dos ativos de refino e logística e aumentar a eficiência energética, com o objetivo de expandir a capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente o fornecimento de produtos para o mercado de baixo carbono”, dizem Vidal e Kelm.
Uma pesquisa que a XP conduziu com investidores institucionais, no início deste mês, aponta que 91% da amostra acreditava que o capex ficaria abaixo dos níveis anunciados, enquanto 62% acreditava que o nível de capex anunciado ontem poderia desencadear uma venda de mais de 5% nos preços das ações.
“No entanto, acreditamos que o mercado está melhor preparado para esse resultado, também considerando que o fluxo de notícias sobre esse assunto foi intenso nas últimas semanas, e relatos na mídia especulavam um capex de mais de US$ 100 bilhões”, avaliam os analistas.A XP reitera recomendação de compra para Petrobras, mas alerta que os principais riscos para a tese persistem.
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