A queda do preço do petróleo reduziu a defasagem das refinarias da Petrobras (PETR3; PETR4) em relação ao mercado internacional. Após o preço interno do diesel chegar a ficar em média 28% abaixo do praticado no Golfo do México, na semana passada, nesta segunda-feira (27), o diesel produzido nas refinarias da estatal registrava defasagem de 19%.
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O câmbio também vem operando abaixo dos R$ 6, reduzindo também a pressão sobre o preço da commodity. Por volta das 11h30, o petróleo tipo Brent cedia 0,36%, para US$ 77,27 o barril.
O último reajuste do diesel pela Petrobras foi em 27 de dezembro de 2023, ou há 397 dias, e o da gasolina ocorreu em julho do ano passado, ou há 202 dias, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Lula se reúne com Petrobras para discutir preços dos combustíveis
Nesta segunda-feira, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reúne-se com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Apesar das reuniões com o governo fazerem parte da rotina da executiva, o encontro abriu novamente especulações de que o assunto desta vez seria um possível reajuste do preço dos combustíveis.
Preço do petróleo em queda: como isso afeta os combustíveis no Brasil
Em entrevista exclusiva ao Broadcast, na semana passada, Magda explicou que não há congelamento de preços na Petrobras, e que janeiro e fevereiro são os meses mais fracos de venda de diesel, que volta a crescer em março.
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“Os meses de janeiro e fevereiro são épocas de férias, em que os caminhões param, e as vendas caem. Vendemos menos combustível sempre. E, para tudo que fazemos com preço, acompanhamos o mercado e evitamos a volatilidade de olho em market share. Janeiro e fevereiro são uma época em que estamos de olho nisso. A venda começa a aumentar de novo, provavelmente, em março. Então, a verdade é a seguinte: não estamos congelando nada”, garantiu Magda, afirmando que não sofre pressão política para reajustar os preços.
No caso da gasolina, a diferença de preços é menor, de 8% na mesma comparação, segundo dados da Abicom.
Nova política da Petrobras mantém lucro mesmo sem reajustes
Desde que abandonou a política de preços de paridade de importação (PPI), em maio de 2023, a Petrobras adotou uma estratégia que leva em conta o preço mínimo que a estatal aceita para fechar negócio e o máximo que o cliente quer pagar. De acordo com Magda, a companhia continua ganhando dinheiro com a nova fórmula.
Na Refinaria de Mataripe, na Bahia, controlada pela Acelen, do fundo de investimento árabe Mubadala, que reajusta os preços dos dois combustíveis semanalmente, a defasagem do diesel era de 3% no fechamento de sexta-feira (24), e da gasolina de 1%.