(Estadão Conteúdo) – Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta terça-feira (31). Os operadores monitoravam as notícias sobre o furacão Ida e seu impacto nas petroleiras americanas. As posições também eram ajustadas às vésperas da reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de WTI com entrega prevista para outubro fechou em queda de 1,03% (US$ 0,71), a US$ 68,50. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril de Brent para novembro caiu 0,83% (US$ 0,60), a US$ 71,63. No mês de agosto, o recuo acumulado foi de 7,37% e 5,01%, respectivamente.
Após o furacão Ida atingir a Costa do Golfo, nos EUA, Carsten Fritsch, analista do Commerzbank, avalia que os preços da commodity seguem em “níveis elevados”, uma vez que a expectativa da redução da demanda de petróleo bruto das refinarias americanas, por conta do furacão Ida, e da expansão da produção de petróleo pela Opep+ ainda não está pesando sobre os preços.
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Fritsch observa que a interrupção na capacidade de processamento de petróleo nos EUA ficou ligeiramente acima da interrupção da produção do óleo no Golfo do México. O processamento do petróleo bruto ainda deve precisar de um pouco mais de tempo para se recuperar, até que as refinarias avaliem os danos e os consertem, diz o analista. “Se a produção de petróleo se recuperar mais rapidamente do que a demanda das refinarias, os estoques de petróleo bruto aumentarão”, afirma.
Na avaliação do economista do Julius Baer, Norbert Rücker, a tempestade poupou o negócio do petróleo de grandes impactos. Até o momento, o cenário sugere que os impactos do furacão no mercado de energia são apenas temporários e a produção da commodity deve ser restaurada nos próximos dias, diz o analista. O maior duto de combustível do país, o Colonial Pipeline, reiniciou hoje suas principais vias de gasolina e destilado, informou a Reuters.
O mercado agora se volta para a reunião ministerial da Opep+ amanhã, 1º de setembro. De acordo com documentos vistos pela Reuters, a organização espera que a demanda global por petróleo cresça 5,95 milhões de barris por dia (bpd) neste ano, em linha com sua previsão anterior, e 3,28 milhões de bpd no ano que vem. O déficit deve permanecer em 900 mil bdp em 2021, mas ser revertido em um superávit de 2,5 milhões em 2022.
Rücker pontua que há incerteza sobre a decisão do grupo. “Nos níveis atuais de demanda e oferta, o mercado de petróleo provavelmente continuará a se contrair, o que deve apoiar os preços do petróleo no curto prazo”, prevê o analista. À medida que a demanda diminui no cenário pós-pandemia e o crescimento da oferta prossegue, os ventos contrários parecem se fortalecer no longo prazo para os preços, diz o economista do Julius Baer.
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