O petróleo fechou em baixa expressiva na sessão desta quarta-feira (4), com perdas superiores a 5%. A desvalorização ocorre em meio a incertezas sobre a oferta da commodity – mesmo após comitê da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manter recomendação de produção nos níveis atuais – e a preocupações com uma eventual desaceleração da demanda global.
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O barril do petróleo WTI para novembro recuou 5,61% (US$ 5,01), a US$ 84,22 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para dezembro caiu 5,62% (US$ 5,11), a US$ 85,81 o barril, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).
O Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da Opep+ recomendou ao cartel que mantenha a estratégia atual de restrição de oferta. Em teoria, esse anúncio tenderia a apoiar os preços, segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast. Mas o analista da Oanda Edward Moya afirmou que o grupo deixou a porta aberta para aumentos na produção a partir do ano que vem – o que, por sua vez, tende a pressionar a cotação.
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O consultor da StoneX Thiago Vetter destacou que a agenda da semana está muito direcionada pela macroeconomia e a realização de fundos, enquanto os mercados consolidam apostas em uma manutenção dos juros dos EUA em níveis altos por mais tempo, após o relatório Jolts vir mais forte que o esperado. “Isso gera um movimento em direção à renda fixa americana e de fortalecimento do dólar, enfraquecendo commodities – e especialmente o petróleo”, comentou Vetter à reportagem.
Diante de um cenário com fundamento baixista como esse, os fundos especulativos, que vinham aumentando a posição comprada de futuros de petróleo e derivados, tendem a saír das posições compradas de petróleo e realizar lucros, gerando uma volatilidade grande no mercado“, descreveu ele.
Já o consultor econômico da Remessa Online André Galhardo destacou a pesquisa ADP. O dado mostrou criação de 89 mil empregos em setembro, contra expectativa de 140 mil dos analistas ouvidos pela FactSet, “sugerindo que a economia americana, se não estiver desacelerando, está se acomodando”, o que seria uma notícia pessimista para a demanda do petróleo.
Mais amplamente, há uma percepção de que a economia global está desacelerando de forma pronunciada, afirmou Galhardo em entrevista ao Broadcast. Ele destacou preocupações com a Europa, após índices de gerentes de preços (PMIs) recentes apontarem para uma possível recessão técnica a caminho, e com a China.
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