Os contratos futuros do petróleo recuaram mais de 2,5% nesta segunda-feira (19), após acelerarem queda no fim do pregão, em meio a expectativas por um acordo de cessar-fogo em Gaza. Investidores também monitoravam sinais de fraqueza na demanda da China.
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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro encerrou em baixa de 2,97% (US$ 2,28), a US$ 74,37 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 2,54% (US$ 2,02), a US$ 77,66 o barril.
Hoje, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e afirmou há pouco que Israel aceitou uma proposta de paz. Na última semana, líderes envolvidos nas negociações demonstraram otimismo com um possível acordo, e hoje Blinken reforçou que esta pode ser a última chance que os envolvidos têm para impedir uma escalada dos conflitos no Oriente Médio. Porém, ainda não está claro se representantes do Hamas aceitarão o acordo.
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Segundo relatório da Capital Economics, um eventual colapso nas negociações por um cessar-fogo em Gaza tornaria a escalada do conflito na região mais provável e elevaria os riscos de um novo repique do petróleo. A consultoria pontua que, neste cenário, o Irã provavelmente interviria no conflito, país responsável por uma parte considerável do fornecimento do óleo global. Com isso, “parece plausível que os preços poderiam subir para US$ 100 o barril ou mais”, afirma a Capital.
Além dos conflitos no Oriente Médio, o analista Victor Arduin, da Hedgepoint Global Markets, destaca que uma série de dados tem apontado para uma desaceleração do consumo do petróleo na China, além da crise imobiliária em curso e a transição energética. Isto tem pressionado os preços do óleo para baixo.
De acordo com o Bank of America, os preços dos contratos futuros do petróleo devem recuar em 2025, conforme o fim das restrições voluntárias de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) injeta mais óleo nos mercados enquanto a demanda desacelera. Mesmo assim, o BofA alerta que ainda existem alguns fatores que desencadeariam pressões altistas. “Tensões no Oriente Médio, estímulo da China, cortes nas taxas de juros, um dólar mais fraco e preços baixos do petróleo ajustados pela inflação apresentam risco de alta nos preços”, afirma o banco.