Os contratos futuros de petróleo mostraram volatilidade no início do desta quarta-feira (28), mas ganharam fôlego, impulsionados pelos números do relatório semanal de estoques nos Estados Unidos, publicado pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Com isso, a commodity subiu mais de 2%, mesmo em quadro de fortalecimento do dólar.
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O contrato do WTI para setembro fechou em alta de 2,75% (US$ 1,86), em US$ 69,56 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro subiu 2,39% (US$ 1,73), a US$ 74,24 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A commodity tinha sinal positivo no início do dia, após o American Petroleum Institute (API) ter estimado na noite de ontem queda no volume de petróleo estocado nos EUA. O sinal, porém, chegou a inverter, com investidores atentos também a declarações de dirigentes de importantes bancos centrais, reunidos para evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, manteve suas opções em aberto, mas comentou que poderia haver elevação de juros em reuniões consecutivas do Fed, e nesse contexto o dólar se fortaleceu.
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A valorização do dólar torna o petróleo mais caro para os detentores de outras divisas, o que tende a conter a oferta. Hoje, porém, ainda assim o petróleo subiu, apoiado pelo dado de estoques dos EUA, que mostrou queda de 9,603 milhões de barris nos estoques do óleo na semana, bem acima da previsão de baixa de 1,8 milhão de barris dos analistas.
Ainda no noticiário, a Noruega aprovou 19 projetos de petróleo e gás, com investimento de cerca de US$ 19 bilhões, o que segundo o governo do país apoiará a oferta na segunda metade da década atual. Já o Wall Street Journal reportava, a partir de dados da Kpler, que a Rússia caminha para ultrapassar a Arábia Saudita como maior fornecedor de petróleo para a China. Com a guerra da Ucrânia, o petróleo russo tem sido negociado com descontos, e Pequim aproveita para ampliar seus estoques.
A Oanda, por sua vez, considera que a perspectiva de aperto monetário por bancos centrais poderia ter impacto nas expectativas para o crescimento global e, por consequência, nos preços do petróleo. Segundo ela, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) poderia reagir com ameaças de mais cortes na oferta, a depender do recuo visto nos preços.