Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (7), apesar da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no final de semana de elevar a produção acima do esperado. O mercado observa ainda os desdobramentos das negociações tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as perspectivas para o dólar e a política monetária americana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 1,39% (US$ 0,93), a US$ 67,93 o barril. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,87% (US$ 1,28), a US$ 69,58 o barril.
“Apesar da atual pressão de baixa, vários fatores de alta estão ajudando a segurar os preços”, disse Razan Hilal, analista de mercado da Forex.com. Entre eles, estão a recente desvalorização do dólar, que torna o petróleo mais barato para detentores de outras moedas, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) corte as taxas de juros antes do final do ano e potenciais acordos comerciais entre os EUA e seus principais parceiros. Enquanto isso, a confiança da Opep+ em acelerar a eliminação gradual dos cortes sugere uma perspectiva otimista para a demanda, afirma Hilal.
Segundo a Reuters, a Opep+ deverá aprovar um aumento adicional em sua oferta de petróleo para setembro, de cerca de 550 mil barris por dia (bpd), quando se reunir em 3 de agosto, segundo cinco fontes com conhecimento do assunto. No sábado (05), o grupo anunciou um acréscimo de 548 mil bpd na produção de agosto. Com o eventual aumento de setembro, a Opep+ completaria a reversão de 2,17 milhões de bpd em cortes voluntários na oferta. Ainda de acordo com as fontes, a Opep+ também permitirá que os Emirados Árabes Unidos ampliem sua produção em mais 300 mil bpd.
Para a Capital Economics, a decisão de acelerar o ritmo de aumentos de produção em agosto consolida a visão de que a pressão baixista sobre os preços do petróleo se intensificará nos próximos 18 meses ou mais. “É verdade que presumimos que a Opep+ reduzirá o ritmo de aumentos de produção assim que desfizer sua primeira parcela de cortes voluntários de produção – o que agora parece provável que aconteça até o final do terceiro trimestre. Mas o panorama geral é que esperamos que a Opep+ continue focada em recuperar participação de mercado e, portanto, não temos dúvidas em adicionar ainda mais petróleo a um mercado cada vez mais saturado no final deste ano e em 2026”, afirma a consultoria. “No geral, permanecemos confortáveis com nossas previsões abaixo do consenso para que o preço do petróleo Brent caia para US$ 60pb e US$ 50pb até o final de 2025 e o final de 2026”, projeta.