Os preços do petróleoestão em queda e se aproximam da marca dos US$ 50 por barril. Gestores de recursos continuam pessimistas com o setor diante da força das pressões negativas. Com os preços em baixa e estimativas de lucro ainda elevadas, as ações do setor podem ter mais espaço para cair. “Achamos que o WTI próximo de US$ 50 por barril é provavelmente o próximo nível-chave nessa trajetória”, escreveu o estrategista do RBC Capital Markets, Brian Leisen.
A fraqueza do petróleo vem de um desequilíbrio nos dois lados do mercado. Na oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) aceleraram a produção além do esperado. A projeção é de que a oferta diária aumente quase um milhão de barris entre março e junho. O objetivo do cartel é recuperar espaço frente a países como os EUA, mesmo que isso signifique aceitar preços mais baixos.
Na outra ponta, a demanda global não cresce no mesmo ritmo. Segundo o JPMorgan, o consumo em abril ficou estável em relação ao ano anterior. Esse descompasso agrava a situação. Outros setores da economia sofrem sobretudo com a queda na demanda, puxada pelas tarifas do governo Trump. Se essas barreiras forem suspensas, a tendência é de alívio. Já a energia continuaria pressionada pela sobreoferta.
A aposta dos otimistas com o setor é que produtores americanos recuem, reduzindo a oferta e permitindo a recuperação dos preços. Com petróleo a US$ 50, ainda é possível lucrar com os poços já ativos. Mas novas perfurações tendem a se tornar inviáveis, e os recursos destinados a ações como recompra de papéis devem encolher.
Mesmo após revisões, as projeções de lucro ainda podem estar altas demais. A Devon Energy, por exemplo, tem expectativa de US$ 4,19 por ação em 2025 – queda de 8% desde janeiro, enquanto o petróleo recuou 20% no mesmo intervalo. Se os preços não reagirem, as estimativas seguirão o mesmo caminho.