O Porto Bank, empresa de serviços financeiros da Porto (PSSA3), vai alterar regras dos cartões de crédito para facilitar a isenção de anuidade e acelerar o acúmulo de pontos pelos clientes. De olho no público de alta renda, a instituição quer ampliar as vendas de mais produtos e serviços aos clientes, começando pelo estímulo à utilização dos cartões.
A partir desta quinta-feira (6), o patamar de gastos mensais para que o cliente seja isento de anuidade nos cartões Black e Infinite cairá de R$ 20.000 para R$ 10.000, e no Platinum, descerá de R$7.000 para R$ 3.500. O acúmulo de pontos também mudará, chegando a 3,5 pontos por dólar gasto em faturas acima de R$ 20.000 nos cartões Black e Infinite, e a 2,5 pontos abaixo disso. No Platinum, continuará em 1,5 ponto.
“Trabalhamos muito de 2022 a 2024 para chegarmos a este ano aproveitando muito mais da venda cruzada”, afirma o presidente do Porto Bank, Marcos Loução. “O portfólio de cartões embasa muito da nossa estratégia de chegada ao consumidor para essa venda.”
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Historicamente, a maior parte da venda de cartões de crédito do Porto Bank é feita para clientes do seguro automotivo da Porto, que recebem vantagens na renovação ao pagar através do cartão. Com a reformulação dos benefícios, o objetivo é reforçar o uso no dia a dia.
Em setembro do ano passado, data dos dados mais recentes, o Porto Bank tinha 3,355 milhões de cartões aptos para uso, crescimento de 11,5% em um ano. No terceiro trimestre de 2024, o gasto total dos clientes foi de R$ 14,9 bilhões, alta de 12,7% no mesmo período.
A instituição se posiciona em um terreno disputado. Bancos e fintechs têm reforçado ofertas para os clientes de alta renda, de olho na capacidade de pagamento mais resiliente a crises e na maior receita, graças ao gasto médio mais alto. Esse reforço passa pela criação de novos segmentos e benefícios, e o cartão de crédito costuma ser um dos principais atrativos.
Loução vê na associação entre o Porto Bank e os demais negócios da Porto o ponto forte da empresa nessa competição. “O cliente acumula muito aqui e tem uma simplicidade em fazer os pagamentos da Porto”, diz ele. O objetivo é aumentar a quantidade de serviços financeiros à disposição da base.
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O negócio do Porto Bank se divide entre produtos e serviços de crédito e os de acumulação, o que inclui cartas de consórcio e produtos de fiança locatícia e garantia. No terceiro trimestre do ano passado, respondeu por 22,8% do lucro do Grupo, que foi de R$ 739 milhões, alta de 32% em um ano.
Em regime de testes, a instituição começou a operar uma conta digital, que segundo Loução já tem “dezenas de milhares” de usuários. Ao longo deste ano, deve colocar no ar novos produtos para clientes empresariais, como por exemplo a antecipação de recursos para oficinas credenciadas à seguradora.
Em relatório divulgado no final de janeiro, o BTG Pactual afirmou que serviços que levem parte do fluxo financeiro que o Grupo movimenta para dentro do Porto Bank da Porto (PSSA3) têm o potencial de ampliar as receitas. “Consideramos que o lucro líquido [da operação] pode crescer dois dígitos médios neste ano, potencialmente chegando a R$ 700 milhões”, disseram os analistas.