O preço médio da gasolina nos postos de abastecimento do País subiu 0,2% para R$ 5,08 por litro na semana entre 19 de fevereiro e 25 de fevereiro. Nos sete dias imediatamente anteriores, esse preço era de R$ 5,07. Trata-se, na prática, de uma estabilidade de preços que vem de pelo menos três semanas. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Mas essa trajetória estável de preços vai acabar nos próximos dias. Isso porque o governo anunciou a volta de impostos federais (PIS/Cofins) sobre a gasolina a partir de hoje. Os tributos foram cortados no ano passado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) a fim de aplacar a inflação em ano de eleição. Esses impostos incidem sobre o preço do combustível nas refinarias e serão gradualmente transferidos às bombas.
Os tributos acarretam aumento de R$ 0,47 no preço do litro da gasolina A, o que na prática será amenizado para R$ 0,34 devido à redução de R$ 0,13 por litro nos preços do produto da Petrobras, que domina o mercado. Como a gasolina A responde por 73% da mistura do produto vendido nos postos, esses R$ 0,34 de aumento nas refinarias deve levar a uma alta de R$ 0,25 nos postos, conforme cálculo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) publicado pelo Broadcast ontem.
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Essa alta pode acontecer nos próximos dias, mas deve se intensificar a partir da próxima semana, conforme os estoques forem sendo consumidos. Com o aumento, a tendência é que a gasolina vendida ao consumidor passe à casa dos R$ 5,33.
Na semana em questão (de 19 a 25 de fevereiro) o preço do litro de etanol anidro, que representa 27% da mistura da gasolina, apresentou leve alta de 1,67% para R$ 3,11 por litro, o que ajuda a explicar o aumento de 0,2% no preço da mistura nos postos. O movimento do etanol anidro recompõe o preço do insumo, que havia caído 2% na semana imediatamente anterior. A medição é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da USP (Cepea/Esalq-USP).