Apesar da receita da Prio (PRIO3) no primeiro trimestre do ano ter vindo acima do esperado, devido a preços e vendas maiores do que o projetado, a Ativa Investimentos destacou que a empresa no período registrou aumento no lifting cost (custo de extração), além de apresentar lucro e Ebitda (lucro operacional) abaixo do previsto.
“Ainda assim, acreditamos numa recepção neutra dos números pelo mercado com os investidores mais atentos ao futuro que ao passado”, disse em relatório, nesta manhã, o analista do setor de energia da Ativa Investimentos Ilan Arbetman. “Seguimos tendo Prio como nossa top pick no setor de Oil & Gas”, afirmou.
Às 15h desta quarta-feira (7), a empresa realiza videoconferência com analistas para comentar o resultado, onde o analista espera ter mais informações sobre os avanços para a extração do primeiro óleo de Wahoo, e sobre os próximos passos em Peregrino, após a integralização do campo.
Na noite de ontem, a Prio anunciou um lucro líquido de US$ 344,74 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 54% ante igual período de 2024, quando registrou lucro de R$ 224,05 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou US$ 432,23 milhões entre janeiro e março, queda anual de 7%.
Arbetman destacou que, enquanto a produção subiu 24,8% na comparação com o trimestre anterior, as vendas apresentaram crescimento de 43,2% na mesma relação. “O crescimento de 1,3% na comparação trimestral do (petróleo tipo) Brent médio de venda, apesar da queda de 0,6% do Brent de referência, também contribuiu para que as receitas superassem as nossas expectativas”, observou o analista.
Sobre o aumento do custo de extração da companhia – de US$ 11,1/barril no quarto trimestre de 2024 para US$ 12,8/barril no primeiro trimestre do ano -, o analista afirma que já era esperado, devido à exploração no campo de Peregrino, que tem custos maiores do que os demais ativos da empresa.
A Prio também registrou menores resultados no campo de Frade, na comparação com o trimestre anterior. A produção de Frade foi 5,9% menor do que no trimestre anterior, totalizando 38,3 mil barris de petróleo por dia (bpd). Já as vendas somaram 2,8 milhões de barris de óleo equivalente (boed), 22% menor do que no quarto trimestre de 2024. “O desempenho poderia ser melhor não fosse a parada do poço ODP3, que segue aguardando anuência do Ibama para realização de reparo desde maio de 2024”, informou Arbetman.
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O cluster Polvo-Tubarão Martelo também apresentou produção 8,7% menor no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior, caindo para 10,9 mil bpd, devido a parada dos poços TBMT-10H e TBMT-4H, que receberam anuência do Ibama para realização dos reparos no final de abril. Nas vendas, porém, houve aumento trimestral, de 1,245 milhão de boed contra 0,945 mil boed no último trimestre do ano passado.
O mesmo ocorreu no campo Albacora Leste. No primeiro trimestre deste ano, o campo contribuiu com uma produção de 22 mil boed, contra 24 mil boed no quarto trimestre de 2024, e um total de 2,634 milhões de barris vendidos, contra 1,876 milhão de boed, na mesma comparação. “A piora na produção ocorreu devido à instalação de turbina em janeiro e troca de compressor de gás ocorrida em março”, explicou Arbetman.
O analista ressaltou que a empresa já divulgou a produção de abril, também em queda frente a março, um recuo de 13%, resultante da parada programada do campo de Frade.
“Apesar dos dados marginalmente negativos, vimos avanços em Albacora Leste e esperamos que, com a retomada de Frade, os números possam melhorar já no mês seguinte”, concluiu Arbetman.
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A Ativa tem recomendação de compra e preço-alvo para a ação da Prio de R$ 66, o que equivale a um potencial de valorização de 78,5%, no comparativo com o fechamento anterior.