Apesar de, por ora, manter as projeções de cortes na taxa básica de juros a partir do terceiro trimestre deste ano, o Barclays avalia que os cortes podem ser antecipados caso as condições de crédito “se deteriorem rapidamente”.
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Em relatório, o banco britânico argumenta que “uma lenta desinflação nas principais métricas”, combinada com a expectativa de longos debates sobre a nova regra fiscal no Congresso justificariam a flexibilização do aperto monetário apenas a partir do terceiro trimestre deste ano. Contudo, avalia o Barclays, “nosso cenário pode ser questionado (e os cortes antecipados) caso as condições de crédito se deteriorem rapidamente em meio ao aumento da inadimplência e a uma série de dificuldades de crédito no segmento corporativo”.
De acordo com o Barclays, o início do ciclo de cortes na Selic ainda no primeiro semestre de 2023 segue sendo “improvável”, pela ausência de crise de crédito significativa até o momento e a manutenção de um patamar elevado nos núcleos de inflação do IPCA (acima de 8% ao ano nos últimos 13 meses, nos cálculos do banco).
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Com o início do ciclo de cortes no terceiro trimestre, a projeção do banco é de Selic a 12,50% ao final de 2023 e a 10,50% “em meados de 2024”.
No relatório, o Barclays ainda avalia que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estaria buscando avançar nos debates sobre o substituto do teto de gastos para divulgar os planos fiscais antes da reunião da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os dias 21 e 22 de março, “na esperança de que o conselho reavalie suas opiniões expressas na reunião de fevereiro, quando afirmou que um cenário incerto do lado fiscal e expectativas de inflação distantes da meta em horizontes mais longos exigem maior atenção na condução da política monetária”.