O CEO do IRB (IRBR3), Marcos Falcão, afirmou nesta quarta-feira (13) que a companhia deve começar a pagar dividendos apenas em 2026. A informação foi transmitida durante a teleconferência de resultados da empresa. No terceiro trimestre de 2024, o ressegurador registrou um lucro líquido total de R$ 115,9 milhões, alta de 142,8% frente ao lucro de R$ 47,7 milhões apurado no mesmo período de 2023.
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Quando questionado por um analista, Falcão ressaltou que a empresa ainda tem um prejuízo acumulado de cerca de R$ 390 milhões. “A gente tem que usar os resultados de 2024 para compensar esse montante em 2025 e começar a pagar dividendos. Acho que, para não ficar criando ansiedade, o mais realista é pagar dividendos em 2026, não em 2025. A gente pode acompanhar esse número na ponta do lápis”, afirmou.
O BTG Pactual tinha adotado, em relatório, uma visão mais otimista para os proventos da companhia, acreditando que, à medida que o ressegurador continuasse a melhorar seus resultados, ele já poderia pagar dividendos no próximo ano, assim que eliminasse as perdas acumuladas em seu balanço patrimonial. Ainda que de forma tímida, o banco acreditava que o investidor poderia esperar um dividend yield (rendimento via dividendos) de 2,4% para o IRB em 2025 e outro de 4,2% em 2026.
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Durante a teleconferência de resultados, Falcão também afirmou que, no próximo ano, o IRB espera seguir a trajetória de crescimento de lucro, mas de uma forma mais contida, como uma “empresa normal”, após a conclusão da fase de turnaround (reestruturação) neste ano. O CEO do IRB mencionou ainda a meta de pelo menos 30% a 40% de aumento no lucro para o próximo ano, embora esse número não represente um guidance, ou seja, uma estimativa oficial.
Balanço do terceiro trimestre de 2024
As ações do IRB terminaram esta quarta-feira em queda de 6,85% a R$ 40,5, liderando as perdas do Ibovespa no dia, após a divulgação do balanço da empresa. Analistas da Genial Investimentos e do BTG Pactual, no entanto, afirmaram que os resultados foram positivos, mas divergiram se o preço da ação é justo ou não. Mais detalhes podem ser conferidos nesta matéria.
Para a Genial, a rentabilidade da companhia está modesta. Medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês), a métrica ficou em 10,8%, alta de 6,2 pontos porcentuais na comparação com o mesmo período do ano passado. “Embora o ROE ainda esteja abaixo do custo de capital, a empresa demonstra uma trajetória de recuperação. Esse desempenho foi impulsionado por uma melhora no resultado de subscrição, uma redução nas despesas com comissionamento e a expansão do resultado financeiro, que juntos contribuíram para um trimestre mais forte”, explicam Eduardo Nishio e sua equipe, que assinam o relatório da casa.
Já os analistas do BTG Pactual comentam que o resultado do IRB foi positivo. Os números, segundo eles, mostram que o ressegurador está se recuperando a cada trimestre e deve manter esse ritmo de recuperação nos próximos resultados, mas lentamente. A equipe do banco diz ainda que mantém uma sólida confiança na gestão do CEO Marcos Falcão e que a ação é negociada a um preço atraente. Desse modo, o BTG tem recomendação de compra para o IRB com preço-alvo de R$ 55 para os próximos 12 meses.
Já a Genial tem recomendação de “manter” para a ação IRBR3, que é equivalente à neutra. Os analistas argumentam que o papel já está sendo negociado a um preço considerado justo em relação aos resultados que a empresa vem apresentando, com o ativo negociado a 9,6 vezes o Preço sobre o Lucro em 2024 e 5,5 vezes o Preço sobre o Lucro estimado para 2025.
“Embora vejamos sinais de recuperação nos resultados da companhia, acreditamos que ainda não são suficientemente consistentes para adotar uma visão mais otimista sobre a empresa. Por enquanto, reiteramos nossa recomendação de manter”, explicam Eduardo Nishio e sua equipe, estimando um preço-alvo de R$ 47 para o IRB nos próximos 12 meses.
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