O Rio de Janeiro voltará a ter uma Bolsa de Valores. Depois de 22 anos desde o fechamento da BVRJ, a Câmara de Vereadores aprovou em 25 de junho um projeto de lei que reduz de 5% para 2% a cobrança de impostos para a atividade financeira na cidade. O Projeto de Lei (PL) 3.276 foi sancionado no dia 3 de julho pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
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O objetivo é incentivar o mercado de ações, de forma a competir com a B3, sediada em São Paulo, atraindo empresas que operam com capital aberto a se instalarem no Rio. A operação está prevista para começar no 2º semestre de 2025.
Com a medida, a Americas Trading Group (ATG), empresa do fundo de investimentos árabe Mubadala, instalará na Cidade Maravilhosa sua plataforma de negociações eletrônicas para mercado de capitais. A ATG, vale destacar, busca maneiras de viabilizar sua entrada no Brasil há mais de uma década. Agora, ela terá caminho livre para operar ativos financeiros na segunda maior capital brasileira.
Qual é o tamanho do setor financeiro carioca?
O município do Rio de Janeiro possui mais de quatro mil fundos de investimentos, entre os 57 mil registrados em todo o País (número de 2023). Em patrimônio, a cidade reúne R$ 2,2 trilhões sob gestão.
Além disso, os cariocas são cerca de 1,1 milhão dos investidores brasileiros registrados. Os dados são da prefeitura do Rio de Janeiro. A título de comparação, a B3 (B3SA3) hoje conta com 19,4 milhões de investidores pessoas físicas, por ser a única Bolsa de Valores em atividade em todo o País.
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Entre 2021 e 2023, o setor financeiro foi o quarto maior pagador de Imposto Sobre Serviços (ISS), com nada menos do que R$ 1,5 bilhão, representando 9,1% da arrecadação total, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento do Rio.
O segmento conta com 68,5 mil trabalhadores (cerca de 3,7% dos cidadãos empregados na cidade) e gerou 2,7 mil novos postos de trabalho entre os anos de 2021 e 2023. Também vale destacar que a média de ganhos mensais dos profissionais do setor financeiro carioca é de R$ 9,5 mil. É com esses números que a Bolsa do Rio deve dar o pontapé inicial à atividade.
A expectativa, no entanto, é de que a chegada de uma nova Bolsa de Valores traga mais investimentos (e investidores) não só para o Rio, mas para o País — expandindo o mercado de capitais brasileiro, tido por analistas como tímido. “Começamos a criar um ambiente econômico, um conjunto de atrativos e de novos mercados que surgirão”, comemorou Eduardo Paes em cerimônia, após a sanção do PL.
Na última semana, o prefeito publicou um vídeo nas suas redes sociais com algumas provocações bem-humoradas aos paulistas. “O Rio de Janeiro está recuperando seu protagonismo econômico no país. Vamos seguir criando cada vez mais oportunidades para estimular o nosso desenvolvimento e beneficiar o Rio e todo o Brasil”, diz Paes no post.
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