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- Em 2021, a taxa de câmbio ainda deve se beneficiar dos preços mais altos das commodities e da posição relativa da política monetária brasileira em relação à dos EUA
(Reuters) – O real pode continuar a se fortalecer “mais intensamente” no curto prazo, passado o “susto” com a inflação nos Estados Unidos, mas a moeda brasileira voltará a ser pressionada mais para o fim do ano pelas recorrentes incertezas fiscais domésticas e pelo debate sobre redução de estímulos nos EUA, disse o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.
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Em 2021, a taxa de câmbio ainda deve se beneficiar dos preços mais altos das commodities e da posição relativa da política monetária brasileira em relação à dos EUA –o BC aqui sobe os juros, enquanto o Fed ainda promete manter as taxas perto de zero.
“Mas não vai ser tanto esse o caso no ano que vem”, disse Mesquita ao se referir à situação da política monetária norte-americana em 2022, quando, segundo o economista, o Fed deverá reduzir estímulos, diminuindo a oferta de dólares no sistema.
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Os mercados reagiam com forte alta do dólar em todo o mundo nesta quarta a dados mostrando que a inflação ao consumidor norte-americano teve em abril a maior alta em quase 12 anos, o que voltava a turbinar expectativas de alta de juros e corte de estímulos nos EUA.
“Também a gente admite que pode ter preços de commodities sustentados por mais tempo, alguns trimestres, mas a gente não acha que estamos num novo superciclo de commodities, que seria positivo para o real”, afirmou.
Mesquita explicou que o superciclo de “dez, 15 anos atrás” teve muita relação com o estágio de desenvolvimento da economia chinesa na época, que hoje está diferente.