

A Rede D’Or (RDOR3) registrou lucro líquido de R$ 879,5 milhões no quarto trimestre de 2024, uma alta de 31,6% na comparação com igual intervalo de 2023. Já o lucro líquido ajustado totalizou R$ 932 milhões, avanço de 29,3% na mesma comparação.
No ano de 2024, por sua vez, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 3,9 bilhões, um crescimento de 86,1% frente a 2023. Veja o balanço na íntegra nesta matéria.
O que esperar da Rede D’or após balanço? Veja análises
Citi
A Rede D’or apresentou resultados mistos no quarto trimestre de 2024, na opinião do Citi, com tendências operacionais mais fracas do que o esperado no segmento hospitalar, o que para o banco pode levantar preocupações sobre tendências de crescimento e margem ao longo de 2025.
Em relatório, os analistas Leandro Bastos e Renan Prata destacam que as vendas hospitalares foram impulsionadas pela crescente penetração da SulAmérica, enquanto a expansão de leitos operacionais (27 durante o trimestre) ficou aquém das estimativas de 150.
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“A SulAmérica continuou a apresentar um crescimento comercial sólido (+53 mil adições líquidas de saúde) e a melhorar as tendências de MLR (-210 bps na comparação trimestral), embora com o Ebitda recorrente ficando aquém de nossos números em 3% devido a maiores custos comerciais e de G&A”, afirmam.
Como resultado, destacam, o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) consolidado veio em linha com o esperado, embora com margens abaixo das estimativas em 40 pontos-base.
Bradesco BBI
Com uma queda de 4% no Ebitda no quarto trimestre do ano passado, a Rede D’or não encheu os olhos dos analistas do Bradesco BBI. Segundo relatório do banco, assinado por Márcio Osako e Valéria Parini, os números foram ligeiramente fracos e abaixo das estimativas do Bradesco BBI.
Segundo o relatório, outros pontos negativos no balanço da companhia foi o indicador de novos leitos cirúrgicos que chegou a 27 ante estimativa do banco de 176, totalizando 259 em 2024. A orientação do Bradesco BBI era de de 400-600 leitos.
Além disso, os custos de caixa dos hospitais subiu 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, devido a quatro novos greenfields (hospitais). Isso levou a margem bruta de caixa da companhia a cair 2,1 pontos percentuais (pp) no comparativo anual, para 26,6% (1 pp abaixo da estimativa do banco). No quarto trimestre de 2023, o indicador apresentou uma queda de 1,3%.
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Já os destaques positivos, na avaliação do banco, foram o fluxo de caixa livre (FCFE), que chegou a R$ 902 milhões e a estimativa do Bradesco BBI era de R$ 717 milhões, e os gastos geras administrativos (G&A) que ficou 9% abaixo da previsão do banco em pessoal e provisão para contingências na SulAmérica.
“Mantemos nossa classificação outperform (compra), mas com um viés mais neutro, dada a potencial revisão para baixo nos lucros e leitos operacionais para 2025”, diz o relatório. O preço-alvo do Bradesco BBI para a ação da companhia é de R$ 34, 23% acima do fechamento do papel no pregão do dia anterior, a R$ 27,63.
Safra
A Rede D’Or apresentou números operacionais mais fracos do que o esperado no quarto trimestre de 2024, ficando abaixo das estimativas do Safra. O Ebitda ajustado consolidado da companhia, por exemplo, ficou 1% aquém da projeção do banco.
Os analistas do Safra também destacaram aberturas modestas de leitos operacionais na divisão de Hospitais, além de um Ebitda abaixo do esperado nas divisões de Hospitais e Oncologia. Eles acreditam que esse desempenho pode estar relacionado a uma eficiência operacional temporariamente menor nos hospitais recém-inaugurados.
“Acreditamos que os investidores estarão prestando muita atenção às perspectivas de lucratividade daqui para frente. Temos uma classificação Neutra para as ações da companhia, pois, embora gostemos do potencial de longo prazo da ação, a perspectiva de curto prazo parece mais desafiadora considerando o cenário macroeconômico e a agenda regulatória”, afirmaram os analistas Ricardo Boiati, Thiago Marmo e Rafael Une.
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O Safra tem preço-alvo de R$ 31,00 para as ações da Rede D’Or, o que representa um potencial de valorização de 12,20% em relação ao fechamento do papel no pregão de segunda-feira.
Itaú BBA
As tendências mais fracas no segmento hospitalar ofuscaram o sólido crescimento do tíquete médio e as negações de sinistros efetivamente gerenciadas (glosas) da Rede D’or no quarto trimestre, avaliou o Itaú BBA.
Segundo o banco, a companhia mostrou uma adição mais lenta do que o esperado de leitos operacionais, além disso, o crescimento substancial em custos de pessoal e serviços de terceiros foram os pontos baixos dos resultados, pressionando a margem do segmento.
Já na divisão de seguros, os analistas do Itaú BBA destacaram um impulso de crescimento saudável, juntamente com a continuação da expansão da lucratividade conforme a taxa de sinistralidade se dilui ao longo do tempo.
“Considerando todos os fatores e as resistências recebidas dos clientes após a divulgação do resultado, prevemos uma reação negativa do mercado”, afirmaram os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca General Marquezini e Felipe Amancio, em relatório.
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No entanto, destacam que os investidores estarão ansiosos para ouvir o discurso da administração sobre as expectativas para a divisão hospitalar no primeiro semestre de 2025.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para as ações da Rede D’Or (RDOR3), com preço-alvo de R$ 38,00, o que representa um potencial de alta 26,1% ante o fechamento de segunda (10).