O projeto de reforma tributária aprovada nesta semana no Senado (e que retornará agora ao Congresso) trouxe novidades positivas para as operadoras de telefonia e internet, avalia o Goldman Sachs.
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A medida deve beneficiar TIM (TIMS3) e Telefônica (VIVT3), dona da Vivo, dando mais flexibilidade para as teles reajustarem os preços dos serviços pré-pagos, conforme apontaram os analistas Vitor Tomita e Milenna Okamura, em relatório.
A grande novidade foi a inclusão do setor de telecomunicações no sistema de cashback da reforma tributária, assim como já estava definido para as atividades consideradas essenciais como energia, gás natural e água e esgoto. Com isso, haverá devolução de 100% da CBS e 20% do IBS para os consumidores de baixa renda inseridos no Cadastro Único.
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“Isso pode facilitar os aumentos de preços e o upselling para usuários de planos pré-pagos”, descreveram os analistas. “As notícias são um incremento positivo para TIM e Vivo”, afirmaram.
Os analistas do Goldman Sachs lembraram que, historicamente, as empresas não conseguem ajustar consistentemente os preços dos serviços pré-pagos com base na inflação devido à concorrência alta e à elasticidade nesse perfil de consumo. Isto é: subidas de preços costumam provocar redução das recargas. A última vez que isso ocorreu foi no fim de 2023, citaram.
Isso posto, a introdução do cashback tende a favorecer ainda mais a TIM, disseram os analistas, tendo em vista que a operadora é concentrada no segmento de telefonia e internet móvel, bem como também tem a maior proporção de usuários pré-pagos em sua base de clientes na comparação com as demais teles.
“As receitas pré-pagas da TIM têm sido fracas nos últimos trimestres, com a administração atribuindo isso, em parte, à elasticidade após os aumentos de preços do fim de 2023”, observaram.
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Os analistas do Goldman Sachs afirmaram que os efeitos da reforma tributária serão pouco expressivos para a América Movil, grupo mexicano dono da Claro e com ações listadas na bolsa de lá. Atualmente, a Claro no Brasil representa cerca de 20% do lucro operacional do grupo todo.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra das ações da Telefônica Brasil, com preço-alvo de R$ 58, o que representa uma perspectiva de alta de cerca de 16,5% em relação à cotação do papel.
Para TIM, a recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 17,80, o que representa um potencial de valorização de 16%.