(Matheus Andrade, Estadão Conteúdo) – O teto para o gasto com energia no Reino Unido será elevado em 80% a partir de 1 de outubro, segundo anunciou hoje o regulador local. Em comunicado, o Escritório de Mercados de Gás e Eletricidade (Ofgem, na sigla em inglês) indicou que a tarifa máxima anual que cada família média poderá pagar passará das atuais 1,971 libras para 3,549 libras.
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“O Ofgem alerta sobre as dificuldades que os preços da energia causarão neste inverno e insta o novo primeiro-ministro e o novo gabinete a fornecer uma resposta adicional e urgente aos preços de energia em alta contínua”, diz a publicação. O país ainda não definiu seu novo líder, em uma disputa interna no partido conservador que opõe Liz Truss e Rishi Sunak.
Segundo o Ofgem, o aumento reflete o avanço contínuo dos preços globais do gás, “que começaram a subir à medida que o mundo se desbloqueou da pandemia de covid-19 e foram levados ainda mais a níveis recordes pela Rússia“. A ação deve atingir quase 24 milhões de famílias na Grã-Bretanha, enquanto a Irlanda do Norte adota um regime diferenciado.
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O preço máximo estabelece ainda uma taxa de lucro que os fornecedores podem obter com as vendas domésticas de energia, que ficará em 1,9%. O órgão evitou fazer previsões para janeiro de 2023, mas admite que a situação fique “significativamente pior”. Ontem, a Capital Economics elevou suas projeções para a inflação do Reino Unido, e agora espera um pico do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de 14,5% em janeiro, por conta do aumento nos preços do gás.
“Sabemos o enorme impacto que esse aumento de preço máximo terá nas famílias em todo a Grã Bretanha e as difíceis decisões que os consumidores terão que tomar agora. Falo com os clientes regularmente e sei que as notícias de hoje serão muito preocupantes para muitos”, afirmou o CEO do Ofgem, Jonathan Brearley.