A Copel (CPLE3;CPLE6) apresentou no segundo trimestre deste ano resultados aquém do esperado pela equipe de análise do BTG Pactual. Para o time, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) “limpo” trimestral de R$ 1,35 bilhão ficou abaixo do R$ 1,48 bilhão projetado, enquanto o resultado ajustado de R$ 452 milhões também veio abaixo dos R$ 497 milhões projetados.
No entanto, os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Schutz destacam que parte da diferença não é recorrente. Eles citam, de um lado, a menor produção registrada pelo segmento de Geração e Transmissão, de outro, os menores volumes de energia distribuída, refletindo a queda doconsumo por causa das temperaturas mais amenas.
Na geração, a produção menor levou a maiores compras de energia, e custos mais altos. Já na distribuição, os volumes mais baixos afetaram a rentabilidade, devido à menor diluição dos custos fixos.
Embora tenham destacado com um ponto de atenção o aumento dos custos no segmento de Distribuição, impulsionado por serviços de terceiros, os analistas do BTG sugerem a necessidade de um “investigação mais aprofundada para entender sua recorrência”.
“O desempenho do opex [despesas operacionais da empresa] de distribuição é, historicamente, bastante volátil em uma base trimestral. Em 2024, por exemplo, os trimestres mais eficientes da Copel D foram o primeiro e o quarto trimestres, com o segundo e o terceiro sendo os destaques negativos”, escreveram, justificando que os dados trimestrais podem não ser um problema recorrente.
“O que importa é a eficiência em um ano fiscal completo. Ampliando a visão, a Copel tem gerenciado sua base de custos muito bem e surpreendido positivamente”, acrescentaram.
Ação descontada
Os analistas do BTG Pactual lembram que as açõesda Copel estão sendo negociadas a patamares baixos, frente a outras companhias boas pagadoras de dividendos.
De acordo com eles, os papéis de companhias de energia e saneamento (utilities) passaram por uma desvalorização entre junho e julho, levando a Copel a ser negociada com uma taxa interna de retorno de 10,6%. “Este nível é (muito) superior ao de todos os outros grandes pagadores de dividendos listados. A Copel é uma pagadora de dividendos que não está sendo negociada como tal. Levando isso em consideração, vemos uma assimetria interessante na história do ativo”, concluíram.
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O BTG Pactual tem recomendação de compra para Copel preferencias de classe B, com preço-alvo de R$ 15,00, o que representa potencial alta de 23,7% ante o fechamento de ontem (6). Os papéis da companhia fecharam negociados com alta de 1,81%, a R$ 12,35 por ação.