A Rússia assumiu o controle de um consórcio internacional por trás do grande projeto de petróleo e gás natural Sakhalin-2, entregando-o a uma entidade russa que na prática dará ao Kremlin poder sobre o que os investidores estrangeiros poderão fazer para manter sua participação. No extremo leste do território russo, o Sakhalin-2 é um dos maiores projetos do mundo de petróleo e gás, fornecendo cerca de 4% do mercado global de gás natural liquefeito (GNL) e com a presença de empresas como a Shell e a Mitsubishi entre seus acionistas.
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A medida é uma das respostas mais dramáticas do governo russo até agora à corrida de empresas ocidentais para fora do país, diante da invasão da Ucrânia no fim de fevereiro e das sanções subsequentes. Muitas companhias do Ocidente desde então têm dito que buscarão deixar a Rússia e já começaram a fazer isso de várias formas. A Shell, por exemplo, já disse que reduzirá sua participação de 27,5% no projeto citado como parte de seus planos de deixar o país, sem especificar como. As japonesas Mitsubishi e Mitsui detêm 10% e 12,5% do projeto, respectivamente. A russa Gazprom fica com os restantes 50%.
O Kremlin já ameaçou nacionalizar os ativos de empresas que deixarem a Rússia, mas legislação sobre o tema proposta meses atrás ainda não virou lei. Outras empresas ocidentais que tentaram partir encontraram compradores russos para seus negócios.
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O novo decreto relacionado ao Sakhalin, assinado no fim da quinta-feira pelo presidente Vladimir Putin, dá aos investidores estrangeiros um mês para solicitar que tenham permissão para manter sua participação na entidade. A Rússia então decidirá e as participações restantes serão vendidas ao governo local. Um porta-voz da Shell disse que a companhia está ciente do decreto e avalia suas implicações.
Fonte: Dow Jones Newswires.