O Safra iniciou a cobertura da Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), a CBA, com recomendação neutra e preço-alvo a R$ 8,10, o que representa um potencial de valorização de 17% ante o último fechamento. O banco avalia que a empresa viveu uma reviravolta após enfrentar uma tempestade perfeita em 2023, mas a valorização dos papéis da produtora de alumínio que ocorre desde fevereiro retirou uma parte significativa da relação risco-recompensa que poderia ter favorecido os investidores.
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“O desempenho da empresa está intimamente ligado aos preços do alumínio, atualmente em US$ 2.485 a tonelada (alta de 6% desde o início de 2024), que não esperamos que subam muito no curto prazo”, afirmaram os analistas Ricardo Monegaglia e Conrado Vegner, em relatório.
O banco aponta que a recomendação neutra é fundamentada a partir da análise de três múltiplos, são eles: fluxo de caixa descontado (DFC); a relação entre o valor da empresa e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EV/Ebitda) e o preço implícito do alumínio. Os analistas adicionam ao cálculo que consideram uma perspectiva positiva para os preços do alumínio nos próximos anos.
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O Safra projeta que os preços de alumínio devem alcançar a estabilidade em US$ 2.500 a tonelada neste segundo semestre de 2024, com a maior oferta sendo compensada pelo crescimento da demanda. Já em 2025, a perspectiva é que a cotação da commodity deve ficar próxima de US$ 2.588/t, valorização de 6% na comparação anual, em função de um déficit maior nos mercados de alumínio primário (produzido desde a mineração da bauxita). O banco considera que haverá um déficit de 1,106 milhão de toneladas em 2025 da commodity, ante 412 mil toneladas estimadas para 2024.
“O valor empresarial da CBA precifica a uma cotação do alumínio em US$ 2.483/t para 2025, US$ 104/t abaixo da nossa previsão”, diz o Safra em relatório, acrescentando que avalia a produtora de alumínio negociada a 4,4 vezes o Ebitda estimado pelo banco para a CBA em 2025. A métrica é ligeiramente menor ante os 4,9 vezes o EV/Ebitda da CBA calculado pelo Safra na época em que a empresa realizou sua Oferta Pública Inicial (IPO) em 2021.
O banco também avalia que a CBA atingiu o pico de alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, na última divulgação de resultados (7,89 vezes) e a empresa deve registrar quedas no indicador, atingindo em 2024 o múltiplo em 2,1 vezes.
“Gostamos da história de desalavancagem da CBA, mas não gostamos do potencial atraso na redução do indicador devido aos R$ 1,7 bilhão a R$ 1,8 bilhão em investimentos voltados para crescimento e modernização da empresa que estão previstos para implementação até 2028”, menciona o relatório.
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