O Safra reduziu de R$ 28 para R$ 24,60 o preço-alvo para as ações preferenciais do Bradesco, o que implica em potencial de alta de 62% em relação ao fechamento de desta terça-feira (06). O banco considera que após a forte queda que se seguiu ao balanço do terceiro trimestre, o papel chegou a um preço atrativo, motivo que justifica a manutenção da recomendação ‘outperform’ (desempenho acima da média do mercado).
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A redução do preço veio com o corte de 20,5% na expectativa do Safra para o lucro do Bradesco no ano que vem, para R$ 25,3 bilhões, com rentabilidade de 15%. O analista Silvio Dória destacou ainda a incorporação do guidance revisado, que prevê despesas maiores com provisões este ano, e as expectativas de um cenário mais difícil em 2023.
“A maior mudança em nosso modelo vem das expectativas negativas com a tesouraria, que deve permanecer em território negativo por um período, ainda devido ao impacto da Selic mais alta sobre a gestão de ativos e passivos”, afirma o analista, em relatório enviado a clientes. A expectativa é de que a tesouraria volte a ter ganhos apenas no segundo semestre do ano que vem.
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De modo geral, a expectativa é de que 2023 seja um ano difícil para o banco da Cidade de Deus, com o primeiro semestre sendo “uma extensão do terceiro trimestre”, segundo o Safra, em uma combinação de margens sob pressão e qualidade de crédito sob os holofotes. A casa destaca que em um cenário de piora da inadimplência, o Bradesco tende a sofrer mais por ter uma exposição maior ao varejo de menor renda e também a mais regiões do País.
A expectativa do banco é de que a inadimplência acima de 90 dias chegue a 4,1% no final deste ano e fique em 4% em dezembro de 2023. Com isso, as provisões contra a inadimplência devem subir 25,3% no ano que vem em relação a este ano.
Ainda assim, o Safra afirma que a queda de 23% dos papéis do Bradesco neste ano deixou a ação descontada, com preço/lucro de 6,4 vezes para o ano que vem, 30% abaixo da média dos últimos 10 anos e 12% abaixo do Itaú, que negocia a 7,3 vezes.