

O Banco Safra, em novo capítulo da briga contra a Americanas (AMER3), afirma que os seus acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – têm dinheiro para reembolsar integralmente os credores por todos os recursos perdidos. Mas ao contrário, bancos que assinaram um acordo em novembro tiveram um desconto entre 70% e 80% nos créditos e promessa de pagamento em janeiro de 2039 e de 2044, respectivamente.
Além de os credores receberem “uma fração” do que crédito concedido, assumiram o compromisso de não litigar ou investigar contra os acionistas controladores e seus familiares e outros diretores da Americanas, alega o Safra.
Para o Safra, a injeção de capital que o trio propõe – de R$ 12 bilhões e outros R$ 12 bilhões viriam da conversão de dívida dos bancos em ações – é menos de um terço do valor total da fraude, e também um montante insignificante em relação aos seus ativos.
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“Lemann, Telles e Sicupira propuseram um plano de recuperação que busca evitar que os credores continuem investigando as verdadeiras causas das fraudes perpetradas na companhia”, argumenta o Safra, em petição entregue hoje à Justiça.
Os advogados do Safra argumentam que o trio de acionistas da Americanas, apesar de argumentarem terem sido vítimas da fraude e desconhecerem os bastidores, junto com seus filhos fizeram parte do Conselho da Americanas e ainda trabalharam com os executivos que supostamente cometeram a fraude há mais de 20 anos.
Outro ponto criticado pelo Safra é que o conselho da Americanas “escolheu a dedo” um “Comitê Independente” para investigar a suposta fraude. “Este Comitê se reporta ao mesmo conselho que supervisionava a empresa quando a fraude foi cometida e tem o mandato contraditório de investigar as mesmas pessoas que o nomearam. Este é um conflito de interesses flagrante e incongruente com os padrões básicos de governança corporativa.”
Ao ter uma cláusula de não litígio, os advogados do Safra argumentam que há “um esforço ilegal da companhia e de seus acionistas controladores para evitar a responsabilização pela fraude” e questionam a legalidade do plano de recuperação.
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