Uma redução de 50 pontos-base da taxa Selic, como antecipado pelo Banco Central, é adequada neste momento, afirma o Santander Brasil (BCSA34). O banco diz que o cenário evoluiu bem desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas avalia que a chance de cortes maiores diminuiu.
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“Embora dados de atividade de alta frequência apontem para um arrefecimento mais significativo, a desaceleração evidenciada pelo último resultado do Produto Interno Bruto (PIB) foi menor que a esperada, com a maior surpresa positiva vindo do consumo das famílias”, destaca em relatório a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi.
Ela espera redução da taxa básica de juros a 9,5% no fim do ciclo, um nível contracionista. Segundo Vescovi, a desancoragem das expectativas de inflação ainda é uma preocupação. E o já pequeno diferencial de juros entre o Brasil e outros países é um risco, embora não esteja causando pressões na inflação doméstica.
Dezembro
Na reunião da próxima quarta-feira (13) o Santander considera que o ritmo de cortes de 50 pontos-base telegrafado pelo Copom continua adequado. Com isso, a taxa Selic deve cair de 12,25% para 11,75%. A melhora do cenário desde novembro justifica a continuidade dos cortes, segundo o banco.
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Vescovi destaca que, nos últimos 45 dias, os preços de commodities em dólares caíram, o que elimina alguns riscos externos para a inflação. E os juros americanos cederam cerca de 60 pontos-base na ponta curta da curva, após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ter se mostrado mais flexível na margem, afirma.
“Considerando a evolução do cenário e os sinais dos nossos modelos de curto prazo, acreditamos que ainda há espaço para uma flexibilidade adicional na taxa de juros e que o ritmo de cortes antecipado é apropriado, dado o contexto local e externo”, diz a economista, citando também a melhora da inflação doméstica.