O Santander Brasil elevou as suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 (5,5% para 5,8%) e 2023 (5,0% para 5,4%). Com a inflação mais elevada no ano que vem, o banco também aumentou a expectativa para a inflação de 2024, de 3,0% para 3,5%, já acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central.
A mudança das projeções para 2022 incorpora uma retomada inflacionária mais forte do que o esperado, após a diluição dos impactos das desonerações tributárias conduzidas pelo governo. Ao mesmo tempo, os recentes bloqueios em estradas geraram um repique dos preços de alimentos in natura e combustíveis, nota o banco.
Em 2023, o banco passou a incorporar uma recomposição da alíquota de ICMS sobre a gasolina (18% para 22%), além da volta da cobrança de PIS e Cofins sobre os combustíveis. “Já nos preços mais inerciais, ligados às medidas de núcleos de inflação, apesar de um recente alívio, projetamos mais dificuldade de desaceleração à frente, pois agora enxergamos um mercado de trabalho mais aquecido”, escreve a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, em relatório.
As projeções para 2023 consideram estimativas mais alta para a inflação de preços livres (4,4% para 4,7%), devido aos serviços (6,0% para 6,6%), e de preços administrados (7,0% para 7,5%) e a média dos núcleos (5,1% para 5,4%). “A inflação mais alta em 2023 em preços inerciais (notadamente serviços), dado um hiato do produto mais apertado, nos levou a revisar o IPCA de 2024 para 3,5%”, nota Vescovi.
O banco alerta que há viés de alta na projeção de 2024, devido ao risco de uma expansão fiscal na margem. Em termos de política monetária, o Santander não alterou a expectativa de que o Banco Central inicie o corte de juros no segundo semestre de 2023, com redução da taxa Selic a 12,0% no fim do ano que vem e a 9,0% no fim de 2024. “Mas enxergamos riscos altistas para a trajetória dos juros”, diz o texto.