

O Santander (SANB11) reiterou sua recomendação neutra para as ações da Minerva (BEEF3) e manteve o preço-alvo de R$ 7,00 para o fim de 2025. Em relatório, o banco revisou suas estimativas para a companhia, elevando a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2025 em 9%, para R$ 4,4 bilhões, refletindo preços fortes de exportação de carne bovina e uma aceleração operacional acima do esperado no quarto trimestre de 2024.
Apesar da revisão positiva, o relatório destaca que a empresa enfrenta desafios, como sua posição de alta alavancagem em um cenário de juros elevados e a fase inicial do ciclo de baixa do gado no Brasil. O Santander estima que a Minerva gere R$ 320 milhões de fluxo de caixa em 2025,
No entanto, alerta que a companhia precisará aumentar seu capital de giro para ampliar a produção, o que pode pressionar sua estrutura financeira. Caso o cenário se confirme, a alavancagem pode encerrar o ano em 3,5 vezes.
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Por outro lado, a demanda por carne bovina na China segue forte, impulsionada pelo crescimento da renda disponível e pelos pacotes de estímulo econômico anunciados pelo governo chinês em setembro de 2024. Contudo, o relatório aponta um fator de risco: a desvalorização do yuan, que pode limitar o potencial de preços da carne importada em dólares.
Outro fator monitorado pelo mercado é o avanço das discussões entre Brasil e Japão para a exportação da proteína do País. Segundo o Santander, embora as negociações tenham progredido, o acesso efetivo ao Japão dependeria do reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação, o que só deve ocorrer após 2025, já que algumas regiões ainda vacinaram seus rebanhos no ano passado.
O relatório observa que o Japão importou cerca de 720 mil toneladas de carne bovina em 2024, pagando um preço médio de US$ 6,40/kg. O reconhecimento sanitário também poderia facilitar o acesso a outros mercados como Coreia do Sul e Nova Zelândia.