O Santander Brasil (SANB11) registrou lucro líquido gerencial de R$ 3,664 bilhões no terceiro trimestre de 2024, uma alta de 34,3% no comparativo anual, enquanto na comparação com o segundo trimestre deste ano, a variação foi positiva em 10%. O terceiro trimestre foi marcado por uma expansão das receitas do banco, tanto com crédito e tesouraria quanto com a prestação de serviços.
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O banco seguiu como um dos maiores geradores de resultados do Grupo em todo o mundo no terceiro trimestre deste ano. Teve o segundo maior lucro entre as operações do conglomerado espanhol, de 630 milhões de euros, atrás apenas do Santander Espanha, que registrou resultado de 1,081 bilhão de euros no mesmo período. Saiba mais nesta matéria.
Análises do balanço do Santander
Safra
O resultado do Santander Brasil no terceiro trimestre tende a ter efeitos de neutro a positivos para as ações do banco, afirma o Safra. A casa diz que embora tenha vindo acima do esperado, o lucro do conglomerado teve composição em linha com as expectativas, e que buscará entender a visão da administração do banco sobre o cenário macroeconômico.
A principal diferença entre o resultado do Santander e o que o Safra estimava veio de um acordo relativo a ações individuais sobre bonificações de aposentados do Banespa, comprado pelo banco em 2000. Sem este impacto, de R$ 1,3 bilhão, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do conglomerado teria sido de 16,5%, nos cálculos de Daniel Vaz, Silvio Dória e Maria Luisa Guedes.
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O banco afirma que a qualidade dos ativos, sob controle, foi o destaque do trimestre, dado que em relação ao segundo trimestre deste ano, a carteira de crédito ficou estável. “Esperamos mais detalhes da administração na teleconferência para entender a visão do Santander sobre as mudanças no cenário macro e o apetite a risco à frente.”
O Safra também destaca que a margem com clientes ajudou a compensar uma margem com mercado mais fraca, e que as provisões contra a inadimplência vieram abaixo do esperado graças à maior recuperação de crédito. As receitas com serviços também tiveram desempenho positivo, na visão dos analistas.
O Safra tem recomendação neutra para as ações do Santander com preço-alvo de R$ 34, sendo 18% acima do fechamento de segunda-feira (28).
Goldman
O Santander Brasil mostrou tendências sólidas nas receitas no terceiro trimestre deste ano, afirma o Goldman Sachs. Em relatório enviado a clientes, o banco americano diz ainda que o conglomerado teve qualidade de ativos e custo de risco estáveis no período, dois fatores positivos.
A equipe do analista Tito Labarta afirma que as tendências operacionais saudáveis devem ser bem recebidas pelo mercado. No entanto, considera que a reação pode ser amenizada pelo lucro antes de impostos, que ficou abaixo do esperado por analistas.
O Goldman também pontua que houve uma desaceleração na carteira de crédito, que teve crescimento anual de 6%, contra os cerca de 8% vistos no segundo trimestre. “A carteira expandida e os volumes de depósitos de clientes ficaram estáveis no período”, escreve a casa.
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Nas receitas, o banco americano considerou sólidos os diferentes dados, da margem com clientes às receitas com serviços. Outro destaque foi a qualidade dos ativos, estável diante da baixa inadimplência na carteira de atacado e do controle dos números na carteira de pessoas físicas. Ambos compensaram o crescimento da inadimplência entre pequenas e médias empresas.
O Goldman recomenda a venda das ações do Santander, com preço-alvo de R$ 27, 6,5% abaixo do fechamento de segunda-feira (28).
Citi
O Citi avalia que o lucro líquido reportado pelo Santander superou as estimativas do Citi em 6%, com a companhia alcançando um retorno sobre o patrimônio líquido/retorno sobre o capital (ROE) de 16,6%.
Em relatório, os analistas Gabriel Gusan, Brian Flores e Arnon Shirazi avaliam que os resultados de Santander continuam melhorando estruturalmente em termos de qualidade de ativos, ainda que com menor provisão auxiliando os resultados.
“As tendências de receita e apetite ao risco parecem mornas, enquanto as taxas e despesas continuam mostrando a disciplina do banco, vemos melhorias estruturais no ROE vindo apenas com um melhor apetite ao risco, o que parece ainda não ser o caso”, apontam os analistas.
Na avaliação do Citi, que o banco registrou um aumento de 6% ao ano em empréstimos, um crescimento de 3% trimestral na receita líquida de juros (NII) com clientes e uma redução no NII com o mercado devido a taxas mais elevadas. Além disso, a qualidade dos ativos apresentou resultados variados, com a formação de créditos não performados (NPL) mostrando estabilidade, apesar de uma redução sequencial nas provisões. As taxas cresceram 3% no trimestre, enquanto as despesas aumentaram apenas 2% no mesmo período.
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O Citi mantém uma recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 32, o que representa um potencial de valorização de 10,8% sobre o fechamento de segunda-feira (28).
BTG
Os resultados de Santander no terceiro trimestre do ano ficaram em linha com as estimativas do BTG Pactual, embora a receita líquida de juros (NII) total do banco tenha ficado ligeiramente abaixo do esperado. O BTG explica que o número foi equilibrado por melhores provisões para perdas de empréstimos, resultando em um lucro antes dos impostos que correspondeu exatamente às previsões do banco.
Em relatório, os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paúra destacam ainda o aumento nos lucros devido à venda de carteiras e a desaceleração no crescimento do crédito, afetada por spreads (diferença entre o preço de compra e o preço de venda) mais apertados e um cenário competitivo mais intenso.
O banco ressalta o volume de empréstimos no atacado diminuiu 7% trimestralmente, influenciado por um ambiente competitivo, enquanto a carteira de empréstimos consignados teve uma redução de 0,2% no trimestre, pressionada por um limite nas taxas de juros e menos oportunidades de aquisição de carteiras lucrativas.
“A disciplina adotada contribuiu para a expansão da margem de juros líquida (NIM) devido a uma composição mais favorável, o que é positivo, mas pode impactar negativamente os resultados futuros se o ambiente não melhorar”, avalia o BTG.
O banco tem recomendação neutra para as units (ativo que concentra duas ou mais ações de uma empresa negociadas em conjunto) do Santander (SANB11), com preço-alvo de R$ 30, o que representa um potencial de valorização de 3% sobre o fechamento de segunda-feira (28).
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* Com informações do Broadcast