O sentimento para o mercado de ações brasileiro melhorou nos últimos dois meses, muito em decorrência da mudança no cenário global e de surpresas positivas na temporada de balanços do segundo trimestre de 2024, afirma o Bank of America (BofA) Securities, em relatório, mencionando visita a clientes locais no Rio de Janeiro.
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Do ponto de vista setorial, utilities é o maior consenso de longo prazo. Já commodities estão, em grande parte, underweight (recomendação equivalente a venda), pois as expectativas são de que os preços do petróleo e do minério de ferro permaneçam fracos. Para consumo, as opiniões são mistas, com a taxa de juros em dois dígitos como o maior entrave.
“O sentimento melhorou nos últimos dois meses, impulsionado pelo recente desempenho do mercado (Ibov + 13% desde meados de junho e apreciação do BRL) e cenários domésticos e globais mais benignos”, diz o BofA.
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Segundo a casa, os participantes do mercado gostaram que o Banco Central (BC) brasileiro parece disposto a ser mais hawkish (duro) para ancorar as expectativas de inflação. Já o fiscal foi menos focado do que o usual.
“Para nossa surpresa, quase todos esperavam que o banco brasileiro aumentasse a taxa de juros nas próximas duas reuniões (o mercado parece estar precificando aumentos de 100 pontos-base no total até o final deste ano)”, diz o banco, acrescentando que os investidores argumentam que uma Selic mais alta seria bem-vinda para melhorar a credibilidade dos diretores do BC e ancorar as expectativas de inflação. “Alguns acreditam que isso poderia até ser positivo para as ações”, afirma.
A expectativa do BofA, contudo, é de que a Selic seja mantida em 10,5% este ano e caia para 9% em 2025.
O BofA diz ainda que “será essencial monitorar câmbio e expectativas de inflação no Brasil, além do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA)”. Ainda assim, a maioria dos clientes no Rio continua com incerteza sobre se as taxas mais baixas nos EUA seriam suficientes para atrair de volta os fluxos estrangeiros para o Brasil.