A S&P revisou a perspectiva da Boeing de negativa para estável e manteve o rating “BBB-”. (Foto: Ritchie B. Tongo/EFE)
A S&P Global Ratings revisou a perspectiva da Boeing (BOEI34) de negativa para estável. A agência manteve o rating de classificação de crédito do emissor em “BBB-“, destacando que o aumento da produção das aeronaves 737 MAX e 787 deve sustentar o retorno ao lucro e ao fluxo de caixa positivo em 2026, após dois anos de consumo de caixa.
A perspectiva estável reflete a visão de que as métricas de crédito se aproximarão das expectativas da S&P para a classificação no próximo ano, à medida que o aumento e a maior estabilidade da produção de aeronaves impulsionarem a melhoria do lucro e do fluxo de caixa, e um fluxo de caixa significativamente mais forte posteriormente, segundo comunicado divulgado pela agência de risco.
Segundo a S&P, a Boeing deve elevar a produção do 737 MAX para 42 unidades por mês ainda neste ano, com meta de chegar a 47 por mês em 2026. A produção do 787 também deve subir de sete para dez aviões mensais até o fim de 2026. Esses avanços refletem melhorias na cadeia de suprimentos e na consistência de fabricação, após os problemas enfrentados nos últimos anos.
A agência, no entanto, pondera que o adiamento da entrega do 777X para 2027 – um ano além do previsto – deve limitar a velocidade da recuperação. O atraso levou a Boeing a registrar um encargo contábil de US$ 4,9 bilhões no terceiro trimestre, reduzindo as projeções de geração de caixa no curto prazo. Ainda assim, a S&P prevê um fluxo de caixa operacional livre (FOCF) de cerca de US$ 3 bilhões em 2026, revertendo o déficit esperado para 2025.
A avaliação também considera a forte posição de liquidez da Boeing, com US$ 23 bilhões em caixa e investimentos ao fim do terceiro trimestre, além da expectativa de venda da unidade de software Jeppesen por US$ 10 bilhões ainda neste ano.
Com uma carteira de pedidos de US$ 535 bilhões e mais de 5,9 mil aviões encomendados, a Boeing deve converter esse volume em ganhos de escala e geração de caixa mais robusta. A S&P projeta que o indicador de fundos operacionais sobre dívida alcance 20% em 2026, com o fluxo de caixa sobre dívida acima de 10%, níveis compatíveis com o atual rating.
“A produção mais estável e o aumento nas entregas sustentam nossa expectativa de melhora significativa nos indicadores de crédito e de fluxo de caixa da Boeing a partir de 2026”, reforçou a S&P.