

As tarifas do presidente Trump, que entraram em vigor no início deste mês, estão se mostrando quase tão disruptivas para a indústria automobilística dos Estados Unidos quanto a pandemia global de coronavírus e a falência do Lehman Brothers.
Na segunda-feira (14), a empresa de previsão da indústria automotiva S&P Global Mobility — que não deve ser confundida com a agência de classificação de crédito S&P Global — reduziu impressionantes 700 mil carros e caminhonetes leves da sua estimativa de vendas nos EUA para este ano. Anteriormente, a previsão era de 16,2 milhões de veículos leves vendidos em 2025.
“O impacto das tarifas automotivas de Trump, em combinação com a tarifa universal de 10%, levou a uma das maiores alterações mensais que já fizemos na previsão,” escreveu Stephanie Brinley em uma nota de pesquisa. “Somente mudanças reativas à pausa na manufatura global durante a Covid em 2020 e à crise financeira global de 2008-09 foram maiores do que as mudanças nas previsões de vendas e produção.”
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No final do ano passado, a S&P Global Mobility previa apenas um crescimento modesto de 1,2% nas vendas de veículos nos EUA em relação aos quase 16 milhões vendidos no ano anterior, devido aos altos preços e à cautela dos consumidores.
Com o corte de 700 mil unidades nas vendas nos EUA, o efeito da tarifa de Trump deve reduzir as vendas globais de veículos leves em um total de 1,3 milhão de unidades. Anteriormente, a S&P Global Mobility estimava 89,6 milhões de veículos vendidos no mundo.
As tarifas de Trump entraram em vigor em 3 de abril e impuseram um imposto de 25% sobre todos os veículos importados já montados. Isso se soma a várias outras tarifas, incluindo as chamadas tarifas “recíprocas”, atualmente suspensas, que, se implementadas, variariam de acordo com o saldo comercial de cada país com os EUA.
Como resultado, várias montadoras já pausaram os envios de veículos novos para os Estados Unidos, incluindo a Volkswagen, sua marca premium Audi, e a Mitsubishi Motors.
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Até mesmo a Jaguar Land Rover, uma empresa fortemente dependente do mercado norte-americano, interrompeu as exportações. Um terço do volume total de produção da montadora britânica é vendido na América do Norte.
“O impacto das tarifas tem potencial para causar um enorme impacto de curto prazo nas vendas e na produção globais, sendo os EUA e a América do Norte os mais afetados”, afirma Brinley.
Trump agora avalia se vai estender alívio à indústria automotiva
Na segunda-feira (14), Trump sugeriu que agora está considerando formas de ajudar as montadoras, mas a situação continua tão instável que essas declarações mais recentes não puderam ser incluídas na análise de Brinley.
Ainda não está claro como o regime tarifário do governo pode mudar daqui para frente. Trump já recuou várias vezes, incluindo uma extensão de um mês que concedeu às montadoras em fevereiro.
O secretário de Comércio Howard Lutnick, no entanto, afirmou no programa dominical “This Week” da ABC que as tarifas setoriais — ao contrário das chamadas tarifas “recíprocas” — não têm o objetivo de extrair concessões via acordos negociados.
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Em vez disso, são fundamentalmente estratégicas por natureza. Isso implica que são projetadas para facilitar o retorno da produção de setores-chave aos EUA, e não simplesmente servir como uma fonte de receita para compensar as generosas reduções de impostos planejadas por Trump, incluindo uma extensão de seu corte de impostos de 2017.
“Apenas metade dos veículos vendidos nos Estados Unidos são fabricados domesticamente, um declínio que coloca em risco nossa base industrial nacional e nossa segurança nacional,” afirmou a Casa Branca.
Esta história foi originalmente apresentada na Fortune.com
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- Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.
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