Os juros futuros fecharam a sessão em níveis próximos aos dos ajustes de ontem, com viés de baixa nos vencimentos curtos e alta moderada nos longos, configurando algum aumento de inclinação à curva. O mercado esteve de ressaca do movimento da véspera, quando as taxas subiram com força em reação à inflação ao consumidor americano, hoje sem vetores fortes para conduzir os negócios. As vendas do varejo abaixo do esperado não alteraram a percepção sobre a Selic no curto prazo e a inflação ao produtor nos Estados Unidos, mesmo com núcleo levemente acima do consenso, também não trouxe danos adicionais aos ativos.
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O volume, no geral, foi fraco e a oscilação das taxas, limitada. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,12%, de 13,14% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,90% para 11,92%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,62%, de 11,54%.
O desenho da curva reflete essencialmente as expectativas para a política monetária aqui e no exterior, sendo que lá fora o processo ainda está começando. Brasil e Estados Unidos têm na próxima quarta-feira reuniões de política monetária. Enquanto por aqui, a expectativa majoritária é de que a Selic seja mantida em 13,75%, por lá a aposta central é de que a taxa, hoje entre 2,25% e 2,50%, seja elevada em 75 pontos-base e ainda com um longo caminho a trilhar, podendo superar 4% no fim do processo.
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Para a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, houve um certo exagero na reação dos ativos ao índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) e o mercado hoje vive uma espécie de “indigestão”. “O PPI (índice de preços ao produtor) não teve tanta surpresa, mas também não conseguiu gerar grande correção”, disse. O PPI caiu 0,1% em agosto, como previsto, com o núcleo subindo 0,4%, ante consenso de 0,3%. Os yields dos Treasuries de longo prazo estiveram comportados, mas os curtos avançaram, com a taxa da T-Note de dois anos próxima de 3,8% no fim da tarde.
No Brasil, o único destaque da agenda foi a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que trouxe retração de 0,8% nas vendas no conceito restrito e de 0,7% no ampliado, em julho, na margem. Os resultados contrariaram a mediana das estimativas, de alta de 0,2% em ambos os casos, mas não foram capazes de alterar o quadro de apostas para a Selic. Ontem, ao contrário, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também de julho, havia surpreendido positivamente.
Para a CM Capital, como o resultado do mês de julho ainda não abrange o aumento no valor do Auxílio Brasil, este fator político constitui um vetor positivo para os próximos resultados. “Porém, conforme expresso pelo Banco Central na última ata do Copom, a instituição aguarda uma queda no nível de atividade doméstico, em função da trajetória altista da taxa básica de juros próximos meses”, afirmaram os profissionais.