No período, o lucro líquido da companhia cresceu 53,6% em relação ao mesmo intervalo de 2024, chegando a R$ 798 milhões, nível recorde para um começo de ano. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado aumentou 6,7% na comparação anual, passando a R$ 3,084 bilhões.
O fluxo de caixa da companhia atingiu a R$ 1,001 bilhão, expansão de 18,7%. A dívida líquida, por sua vez, foi a R$ 11,0 bilhões, com alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) de 0,86 vez. “O ano começou com um apanhado de indicadores muito bons, especialmente na rede móvel, principal motor de crescimento da companhia”, afirmou o presidente da TIM, Alberto Griselli, ao Broadcast.
A XP e a Genial consideraram bons os resultados da empresa, enquanto o Santander e o Bradesco BBI definiram o balanço como positivo. O Goldman Sachs, por sua vez, avaliou os números como em linha com o esperado.
Receita com pré-pago agrada
A receita móvel da TIM cresceu 6,2%, para R$ 5,922 bilhões. A receita com pós-pagos aumentou 13,9%, ajudada pela migração de clientes para planos de maior valor agregado e pelas altas de preços. Já a receita com pré-pagos recuou 10,9% devido à migração de usuários para planos do tipo ‘controle’ e à diminuição das recargas.
“A receita apresentou uma combinação positiva de um desempenho acima do esperado no segmento móvel, compensado por uma queda no segmento fixo”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI, Daniel Federle e Camila Koga. Esse desempenho foi parcialmente auxiliado pela antecipação de um mês nos ajustes anuais de preços pela TIM, que começaram em março neste ano, contra abril do ano passado, impulsionando o crescimento.
Sem isso, a receita de serviço móvel teria crescido em torno de 5%, calcularam os analistas, um resultado em linha com as projeções da empresa e as expectativas do mercado para o ano. O Bradesco BBI acrescenta que enxerga o segmento móvel como o principal motor de valor de longo prazo da TIM.
Em relatório, o Goldman Sachs avalia a aceleração da receita como favorável. “Acreditamos que isso possa ser visto como um sinal muito positivo para a empresa e o setor em um contexto em que, segundo nossas discussões com investidores, a desaceleração das receitas móveis no Brasil havia se tornado o principal debate do setor”, afirma o banco.
Já o analista Bernardo Guttmann,, da XP, diz que a dinâmica operacional permanece positiva, seguindo tendências semelhantes aos trimestres anteriores. “A recente rodada de reajustes de preços entre operadoras móveis deve sustentar um ambiente saudável para o cumprimento da meta de crescimento de receita”, afirma.
Outros resultados também atingiram as expectativas?
Para o Santander e o Goldman Sachs, o Ebitda, ou lucro operacional, ficou em linha com o esperado. A margem Ebitda foi de 48,2%, alta de 0,8 pp, impulsionada pelas contínuas iniciativas de controle de custos da TIM. Os analistas também destacaram que o fluxo de caixa livre operacional da companhia atingiu R$ 294 milhões, uma melhora significativa em relação à queima de caixa do ano passado, de R$ 435 milhões.
“A dinâmica operacional permanece convincente, seguindo tendências semelhantes aos trimestres anteriores. A recente rodada de reajustes de preços entre operadoras móveis deve sustentar um ambiente saudável para o cumprimento da meta de crescimento de receita”, diz Guttmann, da XP.
Para a teleconfência sobre os resultados do balanço, o Goldman Sachs acredita que detalhes adicionais sobre essa reaceleração da receita e a estratégia de fusões e aquisições sejam tópicos a serem discutidos.
Hora de comprar as ações da TIM?
Após a divulgação do balanço da TIM, a Genial e a XP mantiveram a recomendação de compra das ações, com preço-alvo de R$ 21,00, o que representa um potencial de valorização de 12,8% em relação ao fechamento da última segunda-feira (5).
Já o Bradesco BBI e o Santander têm a recomendação “outperform” (equivalente a compra) para a TIM, com preço-alvo de R$ 19. O Goldman Sachs, por sua vez, possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 19,50, potencial de valorização de 4,8%.