Os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram nesta segunda-feira, após uma sequência de notícias ampliar as chances de o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltar a Casa Branca após as eleições de novembro. Dados americanos aquém do esperado chegaram a conter o ímpeto, mas a força das taxas acabou prevalecendo ao longo da tarde.
No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,764%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,478% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,643%.
O final de semana foi marcado por especulações de que o presidente dos EUA, Joe Biden, poderia abandonar a disputa à reeleição, após o criticado desempenho no debate com Trump, na última quinta-feira. O democrata indicou que pretende seguir no páreo, mas ainda enfrenta pressão para que desista e abra caminho para que um outro candidato seja escolhido por delegados na convenção marcada para agosto.
O quadro ampliou as apostas em uma vitória de Trump, que se viu ainda mais fortalecido após decisão da Suprema Corte hoje. O tribunal determinou que o ex-presidente tem direito a receber imunidade parcial nos processos a que responde na Justiça dos EUA.
Segundo o TD Securities, a crescente possibilidade de o Partido Republicano controlar o Executivo e o Legislativo em Washington esteve por trás da escalada das taxas dos Treasuries. A avaliação é de que esse resultado serviria de aval para aumento dos gastos públicos e do déficit.
O ímpeto dos rendimentos encontrou uma breve resistência no final da manhã, após a divulgação de duas leituras de índices de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) industrial dos EUA. A medida do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) apontou maior contração em junho, enquanto a métrica da S&P Global subiu menos que o esperado.
O resultado ajuda a consolidar a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) comece a cortar juros em setembro. Mas o mercado deve aguardar importantes dados que serão divulgados nesta semana, o mais importante deles o relatório de emprego (payroll) de junho dos EUA, na sexta-feira.