Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) avançaram nesta quinta-feira (23), em sessão na qual as perspectivas para a manutenção da política monetária restritiva do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) foram reforçadas.
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A visão ganhou grande impulso com a publicação da ata da última reunião da autoridade ontem, e foi corroborada com indicadores ao longo da sessão de hoje, que mostraram que a economia americana segue robusta. Neste cenário, a visão de os juros possivelmente seguirão elevados para conter a inflação ganhou força, com as expectativas de cortes de taxas em 2024 recuando.
No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,934%, o da T-note de 10 anos subia a 4,476% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,582%.
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Os pedidos de auxílio-desemprego caíram mais que o esperado, mas analistas comentaram que o afrouxamento do mercado de trabalho deverá vir por menos contratações, e não por mais demissões – o que aliviou a pressão do dado. O índice de atividade do Fed de Chicago também recuou mais que o esperado, nesse caso em um sinal de enfraquecimento da atividade.
Os números vieram mais fortes que o previsto do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em maio, com vigor sobretudo em serviços. O índice chegou a seu maior nível em 25 meses. O mercado reduziu a probabilidade de início dos cortes de juros do Fed em setembro, após a leitura do PMI. Segundo ferramenta de monitoramento do CME Group, a probabilidade caiu de 59% antes do dado para 53,2%. Já a chance de manutenção dos juros em setembro subiu de 41% para 46,2%.
O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse hoje que a economia dos EUA deve demorar mais do que as de outros países desenvolvidos para voltar à meta de 2% ao ano, visto que o setor de empregos segue fortemente aquecido e dá tranquilidade para o BC americano tomar decisões sem o risco de colocar a atividade em contração.
O executivo-chefe do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou hoje que a economia do país pode ter um pouso “duro”. Durante entrevista à emissora CNBC, ele foi perguntado sobre essa possibilidade: “É claro que sim”, disse. “Como alguém que lê História poderia dizer que não há possibilidade?, acrescentou. Dimon disse que os juros dos Treasuries podem ainda subir um pouco mais, e na avaliação dele o mundo não estaria totalmente preparado para isso. “Estou do lado cauteloso”, considerou.
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