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Treasuries caem após falas do presidente do Fed sinalizarem rumo dos juros

Segundo Jerome Powell, "chegou a hora" de cortar as taxas nos Estados Unidos

Treasuries caem após falas do presidente do Fed sinalizarem rumo dos juros
Juros e economia (Foto: Adobe Stock)

Os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) tiveram firme queda nesta sexta-feira (23), após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, usar o discurso em Jackson Hole para avisar que “chegou a hora” de cortar juros nos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,912%, o da T-note de 10 anos cedia a 3,803% e o do T-bond de 30 anos baixava a 4,095%.

O mercado já esperava que Powell deixaria a porta aberta para o iminente ciclo de relaxamento monetário, mas os comentários eliminaram qualquer dúvida restante de que setembro será o mês da guinada: “Chegou a hora de a política se ajustar. A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes de taxa dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do balanço de riscos”, afirmou.

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Powell reconheceu os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e reforçou o compromisso em manter o emprego sólido. Às margens do Simpósio de Jackson Hole, os presidentes das distritais do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, em Chicago, Austan Goolsbee, e em Boston, Susan Collins, fizeram declarações na mesma linha.

Ainda assim, investidores ainda preservam certa dúvida sobre o ritmo do alívio monetário. Pelo monitoramento do CME Group, a curva ampliou a precificação de uma redução de 50 pontos-base na taxa básica mês que vem, mas o cenário mais provável segue o de uma baixa menor, de 25 pontos-base.

Na visão da Capital Economics, Powell redobrou o tom que já havia sido captado pela ata do Fed na quarta-feira, que relatava “vasta maioria” dos dirigentes em favor de uma tesourada nos juros. A consultoria entende que as falas reforçaram a visão de que os cortes podem ser mais agressivos no começo do ciclo. “Isso sugere riscos descendentes para nossas previsões para os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e do dólar“, diz.