Os juros longos dos Treasuries tiveram mais uma sessão de alta, enquanto o mercado se prepara para a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), a ser divulgada na quarta-feira (8), e para o relatório de empregos dos EUA (payroll), na sexta-feira. Isso sem desviar a atenção de falas de dirigentes do banco central americano ao longo da semana e comentários do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
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Neste fim de tarde, o juro da T-note de 10 anos avançava a 4,619% e o do T-bond de 30 anos subia a 4,843%. O retorno da T-note de 2 anos caía a 4,265%. A ponta curta da curva perdeu força depois de um leilão de T-notes de 3 anos com demanda acima da média.
De acordo com o BMO, há uma combinação de preocupações com a emissão de dívida pública nos EUA e possível desaceleração significativa da economia real dos EUA. Segundo o banco canadense, os próximos leilões serão “barômetros importantes” para solucionar dúvidas quanto à demanda por Treasuries.
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Nesta manhã, os mercados foram chacoalhados por novas informações envolvendo possíveis tarifas a serem aplicadas pelo governo Trump. O jornal Washington Post publicou, citando fontes, que a política de tarifas a importações de Trump seria limitada, alimentando expectativas no mercado de menor impacto na economia global. Trump criticou a reportagem, classificando-a de “fake news”, e aproveitou a crise política no Canadá para reforçar suas ameaças. “Os Estados Unidos não podem mais sofrer com os enormes déficits comerciais e subsídios que o Canadá precisa para se manter à tona. Justin Trudeau sabia disso e renunciou. Se o Canadá se fundisse com os EUA, não haveria tarifas, os impostos cairiam muito e eles estariam TOTALMENTE SEGUROS da ameaça dos navios russos e chineses que os cercam constantemente.
Juntos, que grande nação seria!!!”, disse na Truth Social.
Mais cedo, a diretora do Fed, Lisa Cook, disse que vai monitorar os riscos e vulnerabilidades da estabilidade financeira, mas pontuou que no momento vê “relativo equilíbrio” nos riscos ao duplo mandato do banco central americano, de estabilidade de preços e máximo emprego. O mercado de trabalho, segundo ela, tem sido um pouco mais resiliente e a inflação mais rígida do que o esperado. “Portanto, acho que podemos nos dar ao luxo de prosseguir com mais cautela com novos cortes [de juros]”, acrescentou.
Investidores esperam encontrar na ata do Fed e nos dados do payroll sinalizações sobre como deverá ser o ritmo de afrouxamento monetário no decorrer de 2025. Ferramenta do CME Group mostra um mercado dividido nas apostas de redução de 0,25 ponto porcentual até dezembro (35,2% de probabilidade estimada), de corte de 0,50 ponto porcentual (30%) ou de manutenção dos juros na atual faixa de 4,25% a 4,50% ao ano (16,9%).