Os juros dos Treasuries voltaram a subir nesta quinta-feira (17), após novos dados reafirmarem a resiliência da economia americana e indicarem que o Federal Reserve (Fed) terá espaço limitado para cortar juros. Analistas também apontam para uma influência cada vez maior da eleição presidencial do mês que vem nos preços.
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No fim da tarde, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 3,974%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,092% e o do T-bond de 30 anos subia a 4,388%.
Dados de varejo, emprego e confiança das construtoras americanas voltaram indicar uma economia americana resiliente hoje e provocaram movimento de abertura dos juros dos Treasuries na sessão. Nem mesmo uma leitura abaixo do consenso de produção industrial em setembro ajudou a conter o movimento de alta.
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O resultado da produção deu por conta das “interrupções de produção causadas pela greve dos funcionários da Boeing e pelo furacão Helene”, disse Bradley Saunders, da Capital Economics. E uma recuperação em outubro é improvável, pois a greve continua e o furacão Milton seguiu Helene, avaliou Saunders.
Segundo analistas da Quant Insight, investidores também podem estar começando a precificar uma segunda presidência de Donald Trump, que pode ser uma má notícia para os Treasuries. “O mercado de juros é onde os medos persistentes de inflação, além dos riscos das eleições nos EUA, estão se manifestando”, afirmam. “Em outras palavras, por enquanto, o mercado de ações gosta da retórica de impostos baixos de Trump. O mercado de títulos, no entanto, vê inflação e déficits.”
A Quant Insight espera que o rendimento da T-note 10 anos suba ainda mais após a eleição se Trump vencer. Eric Golden, fundador e CEO do Canopy Capital Group, diz que ambos os lados não estão preocupados em não gastar, o que não é bom para a situação fiscal do país.
*Com informações da Dow Jones Newswires