Os retornos dos Treasuries subiram hoje, impulsionados pelo fato de que o Banco Central do Canadá elevou sua taxa básica de juros. A decisão reverberou para além das fronteiras do país, com aumento nos Estados Unidos na expectativa de política monetária mais apertada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) por mais tempo, diante da persistente inflação em nível elevado.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,571%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,788% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,943%.
Os retornos dos bônus caíam no início do dia, após dados fracos da balança comercial da China. Houve, porém, ganho de fôlego, com máximas diárias após o BC do Canadá anunciar alta de 25 pontos-base em sua taxa básica de juros, a 4,75%, quando o consenso dos analistas apontava para manutenção.
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Para a Oanda, o aperto canadense fez o mercado reconsiderar se o Fed de fato realizará pausa no aperto monetário adiante, após uma alta vista como provável pelo mercado para julho. A Capital Economics, por sua vez, aponta que o Fed deve seguir o exemplo do BC canadense e também do australiano, no sentido de que ambos chegaram a manter os juros, sem que isso representasse o fim do ciclo de aperto. Com isso, a consultoria considera que o Fed deve manter os juros na próxima semana, sem que isso seja compromisso em não mais elevá-los, diante do quadro da inflação. O próximo dado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que sai na terça-feira (13), é apontado como elemento importante para os próximos passos do Fed.
No monitoramento do CME Group, a decisão do BC canadense influiu na expectativa de que os juros possam seguir elevados por mais tempo nos EUA. No horário citado, a chance de manutenção dos juros pelo Fed na próxima semana estava em 64,4% (de 78,2% ontem), com 35,6% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. Para julho, a expectativa majoritária é de algum aperto, muito provavelmente de 25 pontos-base.
A Dow Jones Newswires ainda reportou hoje que, para alguns investidores, a resolução sobre o teto da dívida dos EUA pode provocar uma “inundação” de mais de US$ 1 trilhão em títulos do Tesouro no mercado, com potencial para gerar volatilidade nos mercados financeiros. Já reportagem especial do Broadcast apontava o fato de que as emissões do Tesouro podem significar uma redução na liquidez, em outros mercados, no curto prazo (leia mais no texto das 15h33).