Os juros dos Treasuries avançaram hoje, na sétima sessão consecutiva de alta, em mais uma dia com as atenções voltadas para a discussão sobre o teto da dívida do governo americano. Um cenário que evita um default é visto como provável, mas as negociações prosseguem com uma série de incertezas e levantam questionamentos sobre qual tipo de acordo deverá ser atingindo. Diante deste quadro, a postura do Federal Reserve (Fed) também é observada, e contou hoje com o posicionamento de alguns dirigentes.
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No final da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,349%, o da T-note de 10 anos aumentava a 3,720% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 3,971%.
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, afirmou que um acordo para o impasse do teto da dívida precisa ser fechado ainda esta semana. “Podemos ter um acordo hoje, podemos ter um acordo amanhã”, disse ele, que acrescentou que os congressistas precisam de tempo para escrever a legislação. De acordo com o republicano, ainda é possível aprovar o aumento do teto antes de 1° de junho. Um encontro entre McCarthy e o presidente Joe Biden para discutir o teto da dívida acontecerá hoje às 18h30 (horário de Brasília) no Salão Oval da Casa Branca.
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Os republicanos tendem a fechar acordo com a bancada do presidente Joe Biden para uma extensão de curto prazo do teto da dívida, avalia o Wells Fargo, em relatório. No comentário, os analistas destacam que a situação segue instável, e apontam que um acordo para o aumento do teto por um a dois anos também é possível, mas que para o novo teto se torne lei até junho, as negociações devem avançar até o fim desta semana.
Hoje, o analista da Oanda Edward Moya aponta ainda que os rendimentos dos Treasuries subiram após os comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), James Bullard, e do dirigente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari. O primeiro afirmou que pensa em mais duas altas de juros ainda neste ano, enquanto o segundo disse que a decisão entre elevar ou não as taxas em junho será difícil. “Se não tivéssemos preocupações com bancos regionais em segundo plano, os rendimentos teriam subido significativamente. As condições de crédito vão apertar e isso deveria, em teoria, fazer o resto do trabalho de aperto do Fed que eles planejavam fazer”, afirmou Moya.